Estamos a pouco tempo das eleições do dia 3 de outubro.
Você que está lendo este artigo pode ter uma ideia já formada, um conceito já preconcebido — um preconceito — sobre o tema da política.
Talvez você já tenha dito alguma das frases abaixo:
- “Eu não me interesso por política porque só vejo corrupção e escândalos no meio político”.
- “Político é tudo igual — todos são desonestos!”
- “Eu só me interesso um pouco por política na época das eleições”.
- “Depois que elegemos um candidato, não sabemos o que ele faz, como ele está trabalhando, que projetos ele apoia”.
- “Cristão tem que cuidar da sua fé e não se meter em política”.
Gostaria, entretanto, de expor alguns aspectos que considero interessantes para meditarmos.
Vivemos num tempo de crise das instituições políticas: falta ética a muitas pessoas que deveriam representar bem o povo, que deveriam servir bem à Nação; a corrupção espalha-se como um câncer; desrespeita-se a vida humana de forma banal; a violência compõe o cotidiano de qualquer cidade brasileira, como se fosse uma paisagem característica; há um desvio da finalidade política; existe o descaso aos mais necessitados, aos miseráveis.
Creio que você concorda com todas as afirmações acima. Mas também é interessante perceber a ética individual, os nossos valores pessoais, pois sabemos que o coletivo é formado por vários indivíduos, e se quisermos transformar o coletivo, temos que mudar o indivíduo.
Muitas vezes, o cidadão que cobra posturas éticas de seus representantes é o mesmo que dirige numa contramão quando é tarde da noite e a rua está deserta; ou é aquele que vê um saco de batata frita aberto no supermercado e mete a mão no que não é seu e come; ou ainda é aquele que, ao ser multado por um guarda de trânsito, pede-lhe que retire a multa, que dê um “jeitinho”, ou até tenta suborná-lo.
Isto tudo me lembra uma frase lapidar: “O verdadeiro progresso é interior. O exterior é consequência” (Escrito A Profissionalização, 4, Moysés Azevedo). Ou seja: A ética deve nascer no indivíduo, na pessoa — o coletivo é consequência.
Como cristãos, não apenas somos chamados a viver com ética, mas, seguidores do “amemo-nos uns aos outros” (I Jo 4, 7a), somos chamados a sairmos de nós mesmos, a voltarmo-nos para o outro, para o coletivo, para o bem público. E isto se concretiza também no votar muito bem, no informar-se, no conversar com os amigos sobre política, no saber o que a Igreja, perita em humanidade, pensa sobre política, no analisar os candidatos e os partidos, no saber quais as funções dos cargos eletivos.
Para quem pensa que Jesus em sua terra não foi um homem político, basta ver as diversas vezes em que ele combateu fortemente a hipocrisia de membros do Partido dos Fariseus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Importava praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas” (Mt 23, 23). (Grifos nossos).
O fundamento para a vida política do cristão é Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
A Igreja, mestra que nos ensina o Caminho para a Verdade, a fim de termos a plena Vida, é fonte para nossa formação política também:
“O dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos fieis leigos, os quais, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública.” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 29). (Grifos nossos).
Esta participação deve seguir critérios coerentes com a opção por Jesus Cristo. E aqui a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) adverte os cristãos e os poderes públicos:
“Os poderes constituídos eleitos, em todos os níveis, recusem quaisquer projetos que atentem contra a família ou contra a dignidade da vida humana, particularmente no que diz respeito à legalização do aborto e da eutanásia.” (ORIENTAÇÕES DA CNBB PARA O ANO ELEITORAL, 3/4/2006, V, n. 4). (Grifos nossos).
- “O primeiro critério para votar em um candidato é sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte.” (idem, VI). (Grifos nossos).
O que a Igreja nos orienta é simplesmente votar segundo o critério do próprio Jesus Cristo: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).
E como saber se um candidato ou partido político não defende a vida, é a favor do assassinato de crianças no ventre da mãe (aborto)? Muito simples: visite os “sites” dos partidos políticos. Todos eles têm o mesmo formato: www.(sigla do partido).org.br, vá a seções como Programa ou Mulheres (direito ao aborto). Você perceberá que não será difícil discernir quem é a favor da Vida e quem é a favor da morte.
Lembre-se de que, no dia 3 de outubro, você, ao votar, estará dizendo para o seu candidato: “Eu apoio o que você pensa, concordo com a sua defesa à vida (ou à morte), quero para mim, para meus filhos, para meu Estado, para meu País o que você quer. Pode ir, que eu assino embaixo!”
Shalom!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
5 Comentários:
Estou chocada e preocupada é preciso que nós cristãos nos informamos melhor a respeito das leis que estão sendo tramitadas, nós estamos nos escondendo por detrás de nossas própias preocupações cotidianas com isso, os politicos corruptos se aproveitam de nossa ignorância. Vamos nos unir nesta eleição e votar seriamente que um video como este mostra a nós cristãos que temos como mudar nosso país atrav´s do voto. Paz e bem.
Olá!
Álvaro.
Gostei de seu artigo nós cristão devemos ser referencia e principalmente neste tempo de eleição onde tanto carecemos de formadores de opinião apartir da boa nova do evanhelho em meu blog www.enio.rodrigues.zip.net tenho também postado alguns artigos sobre as eleições. Paz e bem!
Caro Enio,
Formar no Evangelho é nossa missão como cristãos.
Deus o abençoe!
Shalom!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
OS SUCESSORES DE HERODES CONTINUAM SUA MACABRA MISSÃO...
Ele foi, de fato, um rei muito poderoso e influente, por manter cativos fiéis seguidores até hoje. Ele tencionava matar a Jesus: fê-lo trucidando milhares de crianças em seu lugar, subtendendo que estaria dentre elas, à época, abaixo de 2 anos. Em pleno século XXI Herodes capta numerosíssimos discípulos, vinculados a seu espírito satânico, em nome e lugar de quem praticam, promovem o aborto ou votam em candidatos ou partidos socialistas ou comunistas , PT, PC do B, PSOL, PSTU etc., onde o "mentir" é virtude – piores os possuidores de militância ativa – que implantam leis homicidas com o aval de seus eleitores e de supostas seitas evangélicas, como a do aborto e outras anti ético-morais cristãs.
Nem os animais jamais ingerem seus ovos ou abortam os filhotes.
Assim sendo, todas as crianças sacrificadas nos abatedouros, matadouros ou clínicas de aborto, esses colaboracionistas têem suas digitais impressas no sangue derramado de cada uma delas proveniente desses fratricídios praticados; são excluídos da Igreja Católica por grave apostasia, não podendo inclusive receber validamente os sacramentos, transformando-se em mortos espirituais, defuntos ambulantes.
O pior, no Juízo Final serão duramente interpelados de co-participação em cada um desses assassinatos. Já possuímos tantos pecados pessoais, adicionaremos ainda mais homicídios, propositamente? Poderíamos evitá-los não avalizando tais procedimentos, acrescendo milhares de gravíssimos pecados ainda mais ao nosso já sujíssimo currículo existencial como católicos, provando-o os muitos envolvidos em injustiças.
A não ser que a pessoa, após infortunada existência, maldita vida, queira ser recebido por Satanás e ouvir dele: obrigado, comparsa, tome posse do reino do inferno; é todo seu, precipitando-o adentro para sempre, daí sugerindo a pergunta: disporia-se você a correr tal risco?
Por outro lado, convém melhor se esclarecerem as mulheres no risco a que se expõem em uso de pílulas contraceptivas em relacionamentos conjugais, podendo oportunizar a existência de "abortos ocultos", pela ação anticoncepcional ser impedida a fixação do óvulo já fecundado, sendo expelido; pior ainda a ingestão de pílulas abortivas "do dia seguinte", cuja ação já é de homicídio consumado.
Aliás, ao acaso o grupo"católicas - melhor: caóticas - pelo direito de decidir " que são abortistas apreciariam serem mortas no leito quando adormecidas, devidamente amordaçadas, sem alguma possiblidade de reação, sendo aos pouco friamente retalhadas pelos algozes até à consumação final, da mesma forma como fazem ou promovem semelhantes ações contra os nascituros?
E mais: se as abortistas acima relatadas ainda à ocasião tiverem a visão se Satanás lhes dizendo: aguentem firmes, daqui a pouco estarão comigo...
Caro Stefan,
Falta algo no seu relato: a misericórdia, que Deus derrama sobre quem comete abortos, dando a chance de voltar-se à Vida, e sobre aqueles que não o conhecem. Oremos por todos eles e por nós, para que sempre amemos a Deus e ao próximo, amando a Vida.
Deus o abençoe sempre!
Álvaro Amorim.
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