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A perversão socialista (por Roger Scruton)


Partilho com você conteúdo do livro "Como ser um conservador", do inglês Roger Scruton, publicado pela Editora Record, que trata, entre outros temas, sobre a mentira socialista:

"A verdadeira perversão é uma falácia peculiar que vê a vida em sociedade como aquela em que todo sucesso de um é o resultado do fracasso de outrem. Segundo essa falácia, todos os ganhos são pagos pelos perdedores. A sociedade é um jogo de soma zero em que existe um equilíbrio entre os custos e os benefícios, e a razão da vitória do vencedor é a derrota dos perdedores.

Tal falácia do "jogo de soma zero" se tornou uma afirmação clássica na teoria da mais-valia de Marx, que pretendia mostrar que o lucro do capitalista é resultado do confisco da força de trabalho do proletário [...]

O que quer que pensemos acerca da economia de livre mercado, ao menos ela nos convenceu de que nem todas as transações são jogos de soma zero. Acordos consensuais beneficiam ambas as partes: Por que outra razão decidiriam firmá-los ? E isso é tão verdadeiro em relação ao contrato salarial como o é em qualquer contrato de venda. [...]

Para certo tipo de temperamento, a derrota nunca é uma derrota para a realidade, mas sempre uma derrota para outra pessoa, muitas vezes agindo em consonância como membro de uma classe, tribo, conspiração ou clã. [...]

Parece-me que essa falácia do jogo de soma zero está na base da crença generalizada de que igualdade e justiça são ideias equivalentes - crença que parece ser a posição padrão dos socialistas e programada como tal nos cursos universitários de Filosofia Política. Poucas pessoas acreditam que se Jack tem mais dinheiro do que Jill isto é por si só um sinal de injustiça. Mas, se Jack pertence a uma classe social com dinheiro e Jill a outra que não o tem, então a forma de pensar do jogo de soma zero entra imediatamente em ação para persuadir as pessoas de que a classe social de Jack se tornou rica à custa daquela a que Jill pertence. Esse é o ímpeto por trás da teoria marxista da mais-valia. [...]

Para certo tipo de mentalidade igualitária, não importa que Jack tenha trabalhado para construir a sua riqueza e que Jill apenas descansava em uma ociosidade voluntária; não importa que Jack tenha talento e energia, ao passo que Jill não tenha nem um nem outro; não importa que Jack mereça o que tem, enquanto Jill nada mereça: a única questão importante é a classe e as desigualdades "sociais" que dela se originam. Conceitos como direito e mérito estão fora de cogitação e a igualdade, sozinha, define o objetivo.

A consequência foi o surgimento na política moderna de uma ideia completamente nova de justiça - que tem pouco ou nada a ver com direito, mérito, recompensa ou retribuição, e que está efetivamente desvinculada das ações e das responsabilidades dos indivíduos. [...]

Se uma pessoa rica fica mais rica cada vez que o pobre fica mais pobre, isso não quer dizer que as perdas do pobre são transferidas como lucros para o rico. [...]

No entanto, como uma tentativa de modificar a natureza humana e nos recrutar na busca do milênio, [o socialismo] foi uma fantasia perigosa, uma tentativa de realizar o Céu na Terra que inevitavelmente levaria ao Inferno. Hoje podemos ver isso claramente, visto que o mundo ocidental emerge da Guerra Fria e do pesadelo comunista."

Para você, leitor(a), tomar conhecimento do pesadelo comunista, assista ao vídeo inserido neste post.

Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.
Vídeo: Youtube.com.br.
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente:
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

Papa Francisco fala sobre temas polêmicos

Você quer saber o que pensa o Papa Francisco sobre temas polêmicos ?
Clique aqui e assista à entrevista que ele concedeu ao repórter Gerson Camarotti, da Globo News.
Deus abençoe você! Álvaro Amorim.
Imagem: http://www.blogdoconsa.com/2013/04/a-gargalhada-do-papa.html. 
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente: Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

Fernão Capelo Gaivota

Diante do novo de Deus em minha vida, diante do novo do Espírito na Igreja, com a eleição de Francisco, a quem dedico este post, reproduzo um trecho de um livro que ficou em minh´alma e que emerge forte agora: "Fernão Capelo Gaivota", do aviador Richard Bach.

"Era de manhã e o novo Sol cintilava nas rugas de um mar calmo.
A dois quilômetros da costa, um barco de pesca acariciava a água. Subitamente, os gritos do Bando da Alimentação relampejaram no ar e despertaram um bando de mil gaivotas, que se lançou precipitadamente na luta pelos pedacinhos de comida. Amanhecia um novo dia de trabalho.
Mas lá ao fundo, sozinho, longe do barco e da costa, Fernão Capelo Gaivota treinava. A trinta metros da superfície azul brilhante, baixou os seus pés com membranas, levantou o bico e tentou a todo custo manter suas asas numa dolorosa curva. A curva fazia com que voasse devagar, e então sua velocidade diminuiu até que o vento não fosse mais que um ligeiro sopro, e o oceano com que tivesse parado, abaixo dele. Cerrou os olhos para se concentrar melhor, susteve a respiração e forçou... só... mais... um... centímetro... de... curva... Mas as penas levantaram-se em turbilhão, atrapalhou-se e caiu.
Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.
Mas Fernão Capelo Gaivota — sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trêmula e difícil curva, parando, parando... e atrapalhando-se outra vez! — não era um pássaro vulgar.
A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples fatos do voo — como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar.
Esta maneira de pensar não o popularizava entre os outros pássaros, como veio a descobrir. Até os próprios pais se sentiam desanimados ao vê-lo passar dias inteiros fazendo centenas de voos rasantes, sozinho.
Ele não sabia por que, por exemplo, quando voava sobre a água a uma altitude menor que a metade do comprimento das suas asas aberta, podia manter-se no ar mais tempo, com menos esforço. Esses voos rasantes não terminavam com a habitual amaragem de pés hirtos que feriam a água. Ele amarava de mansinho, os pés apertados contra o corpo, deixando apenas um rasto borbulhante. Quando começou a treinar as aterragens deslizantes na praia, e a contar em passos o comprimento do rasto na areia, os pais começaram a ficar deveras desanimados.
— Por quê, Fernão, POR QUÊ? — perguntava-lhe a mãe. — Por que é que lhe custa tanto ser como o resto do bando? Por que você não deixa os voos baixos para os pelicanos, para o albatroz? Por que não come? Filho, você está que é só pena e osso!
— Não me importo de estar só pena e osso, mãe. Eu só quero saber o que posso fazer no ar e o que não posso, é tudo. Só quero saber isso.
— Escute, Fernão — disse-lhe o pai com bondade. — O inverno não está longe.
Haverá poucos barcos e o peixe da superfície irá para zonas mais profundas. Se você tem necessidade de estudar, então estude o alimento e como consegui-lo. Esta história dos voos está muito certa, mas você tem de pensar que não pode comer um voo rasante. Não esqueça que a razão por que você voa é comer.
Fernão baixou a cabeça, obediente. Nos dias seguintes tentou comportar-se como as outras gaivotas; tentou de fato, gritando e lutando como o resto do bando, em volta dos pontões e dos barcos de pesca, mergulhando sobre restos de peixe e de pão. Mas não conseguiu.
"Não faz sentido", pensava ele largando deliberadamente uma anchova suculenta, que lhe custara bastante a ganhar, aos pés de uma velha gaivota esfomeada que o acossava. "Não faz sentido... Eu podia ganhar todo este tempo aprendendo a voar. Há tanto que aprender!"
Não tardou muito que Fernão Gaivota voltasse a pairar no céu, sozinho, longínquo, esfomeado, feliz, aprendendo.
O tema era a velocidade. Ao cabo de uma semana de prática, conseguira aprender mais sobre velocidade do que a gaivota viva mais rápida.
A trezentos metros de altura, batendo as asas com toda a força de que era capaz, lançou-se numa vertiginosa picada direta às ondas e aprendeu por que razão as gaivotas não fazem vertiginosos mergulhos picados. Em escassos seis segundos passou a mover-se a cento e vinte quilômetros por hora, velocidade que desequilibra a asa no arranque para a subida.
Vez após vez sucedeu o mesmo. Por mais cuidadoso que fosse, trabalhando até o limite da sua capacidade, perdia o controle em alta velocidade.
Subir a trezentos metros, dando primeiro tudo em frente; depois, dobrar o corpo e cair em mergulho vertical. Mas, sempre que tentava subir outra vez, a asa esquerda atrapalhava-se e fazia-o rolar violentamente para a esquerda. Ao tentar recuperar, era a asa direita que se atrapalhava, e então tremeleava como as chamas, num selvático movimento desordenado de parafuso, girando para a direita.
Não conseguiu ser suficientemente cuidadoso naquele arranque. Dez vezes tentou e dez vezes alcançou os cento e vinte quilômetros por hora, acabando sempre numa agitada massa de penas descontroladas que ia esmagar-se na água.
"A chave", pensou por fim, "deve estar em manter as asas paradas nas grandes velocidades — batê-las até chegar aos cento e vinte e depois pará-las."
Tentou outra vez a seiscentos metros, lançando-se no mergulho com o bico espetado, as asas bem abertas e firmes a partir do momento em que ultrapassou os cento e vinte quilômetros por hora. Precisou de uma força tremenda, mas deu resultado. Em dez segundos transformou-se numa mancha no céu, a cento e trinta quilômetros por hora.
Fernão acabava de estabelecer um recorde mundial de velocidade para gaivota!
Mas a vitória durou pouco. No instante em que tentou a horizontal, no instante em que modificou o ângulo das asas, projetou-se outra vez naquele terrível desastre descontrolado, e, a cento e trinta quilômetros, foi como se tivesse sido atingido por dinamite. Fernão Gaivota explodiu a meia altura e esmagou-se num mar duro como tijolo.
Quando voltou a si, a noite já era velha. Flutuava à superfície negra do oceano, encharcado em luar. As asas eram enormes e esfarrapadas barras de chumbo, mas o fracasso pesava-lhe ainda mais nas costas. Desfalecido, desejou que o peso fosse bastante para o arrastar docemente até o fundo, e acabar com tudo.
Ao afundar-se na água, uma estranha voz cavernosa soou dentro dele. "Não há nada a fazer. Sou uma gaivota. A minha natureza limita-me. Se estivesse destinado a aprender tanto acerca do voo, teria mapas em vez de miolos. Se estivesse destinado a voar a altas velocidades, teria asas curtas como o falcão e viveria de ratos em vez de peixes. O meu pai tem razão. Devo esquecer esta loucura. Devo regressar ao seio do bando e contentar-me com o que sou, uma pobre e limitada gaivota."
A noite sumiu-se, e Fernão acordou. Uma gaivota passa a noite em terra... A partir desse momento, jurou tornar-se uma gaivota normal. Seriam todos felizes.
Morto de cansaço, arrancou-se da água densa e voou para terra, grato pelo que aprendera: a forma de poupar trabalho voando a baixa altitude.
"Mas não!", pensou. "O que eu era acabou-se; acabou-se tudo o que aprendi. Sou uma gaivota como outra qualquer e voarei como uma delas." Assim, subiu dolorosamente a trinta metros e bateu as asas com mais força, apressando-se a chegar a terra. Sentiu-se melhor depois da decisão de ser apenas mais um do bando. Daí em diante não haveria mais laços a prendê-lo à força que o levara a aprender, não haveria mais desafios nem mais fracassos. E era bom deixar de pensar, e voar no escuro em direção às luzes da praia.
"ESCURO!" A voz irreal estalou em alarme. "AS GAIVOTAS NUNCA VOAM NO ESCURO!"
Mas Fernão não prestava atenção e não a ouvia. "É bom", pensava. "A Lua e as luzes brincando na água, atirando a pequenos lampejos, e tudo tão calmo, tão parado..."
"Desça! As gaivotas nunca voam no escuro! Se estivesse destinado a voar no escuro teria olhos de coruja! Teria mapas em vez de miolos! Teria as asas curtas do falcão!"
Envolto na noite, a trinta metros no ar, Fernão Capelo Gaivota... pestanejou. A dor e as resoluções desvaneceram-se.
Asas curtas. AS ASAS CURTAS DO FALCÃO!
"É isso! Como fui louco! Tudo o que preciso é de uma asinha curta, tudo o que preciso é fechar as asas o mais que puder e voar só com as pontas! ASAS CURTAS!"
Subiu a seiscentos metros acima do negro mar e, sem pensar um momento no fracasso ou na morte, apertou as asas de encontro ao corpo, deixou que apenas as pontas das asas cortassem o vento como lâminas de punhal e mergulhou na vertical.
O vento era rugido de um monstro na sua cabeça. Cem quilômetros por hora, cento e trinta, cento e oitenta, e ainda mais depressa. A tensão nas asas, agora que se deslocava à velocidade de duzentos quilômetros por hora, não chegava a ser tão forte como antes, a cento e trinta, e bastou-lhe mover só um bocadinho a ponta das asas para sair da queda sem dificuldade e disparar por cima das ondas como uma bala cinzenta de canhão apontada à Lua.
Semicerrou os olhos para se proteger do vento e regozijou-se. Duzentos quilômetros por hora! E controlados! Se mergulhasse de mil e quinhentos metros, em vez de seiscentos, que velocidade...
As promessas de momentos antes estavam esquecidas, varridas por aquele enorme vento rápido. E, contudo, não sentia remorso por não cumprir as promessas que fizera a si próprio. "Essas promessas são só para as gaivotas que aceitam o vulgar. Quem conseguiu chegar à excelência da sua aprendizagem não tem necessidade desse tipo de promessa."
Quando o sol começou a romper, Fernão Gaivota treinava outra vez. Vistos de mil e quinhentos metros, os barcos de pesca eram pontinhos escuros no azul liso da água, e o Bando da Alimentação, uma apagada nuvem de átomos de poeira, movendo-se em círculo.
Ele estava vivo, ligeiramente trêmulo de prazer, orgulhoso de que o seu medo estivesse dominado. Então, sem cerimônias, cingiu-se com as asas anteriores, estendeu as curtas, colocando as pontas em ângulo, e mergulhou diretamente em direção ao mar.
Quando passou os mil e duzentos metros, deslocava-se à velocidade máxima e o vento era um sólido muro de som contra o qual não podia mover-se mais depressa. Voava agora em pleno mergulho, à velocidade de trezentos e vinte quilômetros por hora. Engolia em seco, sabendo que se as asas se abrissem àquela velocidade ficaria reduzido a um milhão de pequenos fragmentos de gaivota. Mas a velocidade era poder, e era alegria e beleza pura. Começou o desvio a trezentos metros. As pontas das asas vibravam e ressoavam contra o vento gigante. O barco e a multidão de gaivotas cresciam à velocidade de um meteoro e lançavam-se diretamente no seu caminho.
Não podia parar; e ainda nem sabia como iria virar àquela velocidade.
A colisão seria morte instantânea.
Era melhor fechar os olhos.
Aconteceu então nessa manhã, logo a seguir ao nascer do sol, que Fernão Gaivota atravessou o Bando da Alimentação como uma bala, riscando o céu a trezentos quilômetros por hora, de olhos fechados, num tremendo rugido de vento e penas. A Gaivota da Fortuna sorriu-lhe desta vez e ninguém foi ferido.
Na altura em que espetou o bico para o céu, ainda flechava o ar a duzentos e quarenta quilômetros por hora. Quando por fim diminuiu para trinta e voltou a abrir as asas, o barco era apenas uma migalha no mar, mil e duzentos metros abaixo.
Na sua mente latejava o triunfo. Velocidade máxima! Uma gaivota a TREZENTOS E VINTE QUILÔMETROS POR HORA! Era uma vitória, o maior momento da historia do bando; e, nesse mesmo momento, nasceu uma nova era na vida de Fernão Gaivota. Voando para a sua solitária zona de treino, encolhendo as asas para um mergulho de dois mil e quatrocentos metros, dispôs-se imediatamente a descobrir como virar.
O movimento de um centímetro numa única pena da ponta da asa produzira uma curva larga e suave, a tremenda velocidade, descobriu ele. Contudo, antes de descobrir isto, verificou que, se movesse mais de uma pena àquela velocidade, era disparado em movimento giratório como uma bala de espingarda... E Fernão fez as primeiras acrobacias aéreas de uma gaivota viva.
Nesse dia não perdeu tempo conversando com as outras gaivotas e voou até depois do pôr-do-sol. Descobriu o "loop" (Este termo e os que o seguem designam movimentos de acrobacia aerodinâmica — N. do T.), o "slow roll", o "point roll", o "inverted spin", o "gull bunt", o "pinwheel".
Quando Fernão Gaivota se juntou ao bando na praia era já noite cerrada. Estava tonto e tremendamente cansado. Apesar disso, não resistiu ao prazer de voar num "loop" para terra e de fazer um "snap roll" antes de aterrar. "Quando souberem do triunfo", pensava, "ficarão loucos de alegria. Como vale a pena agora viver! Em vez da monótona labuta de procurar peixe junto dos barcos de pesca, temos uma razão para estar vivos! Podemos subtrair-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! PODEMOS APRENDER A VOAR!"
Os anos vindouros brilhavam e trauteavam promessas.
As gaivotas estavam reunidas em conselho quando ele aterrou, e, segundo parecia, já estavam em reunião havia algum tempo. Na realidade, estavam à espera dele.
— Fernão Capelo Gaivota! É chamado ao centro! — As palavras do Mais Velho foram pronunciadas no tom mais solene. Ser chamado ao centro só podia significar grande vergonha ou grande honra. Ser chamado ao centro por honra era a maneira como eram designados os principais chefes das gaivotas. "Claro", pensou, "o Bando da Alimentação esta manhã viu o triunfo! Mas eu não quero honras. Não me interessa ser chefe. Só quero partilhar o que descobri, mostrar a todos esses horizontes que estão à nossa frente." Avançou um passo.
— Fernão Gaivota — disse o Mais Velho — é chamado ao centro por vergonha aos olhos das gaivotas suas semelhantes!
Foi como se lhe batessem com uma tábua. Os joelhos enfraqueceram-lhe, um enorme rugido ensurdeceu-o. "Ser chamado ao centro por vergonha? Impossível! O triunfo! Eles não podem compreender! Estão errados, estão errados!"
— ... pela sua desastrada irresponsabilidade — entoava a voz solene —, por violar a dignidade e a tradição da família das gaivotas...
Ser chamado ao centro por vergonha significava que seria banido da sociedade das gaivotas, desterrado para uma vida solitária nos Penhascos Longínquos.
— ... um dia Fernão Capelo Gaivota aprenderá que a irresponsabilidade não compensa. A vida é o desconhecido e o desconhecível, mas não podemos esquecer que estamos neste mundo para comer e para nos mantermos vivos tanto quanto pudermos.
Uma gaivota nunca contesta o conselho do bando, mas a voz de Fernão ergueu-se gritando:
— Irresponsabilidade? Meus irmãos! Quem é mais responsável do que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida?
Passamos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão para viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres! Deem-se uma oportunidade, deixem-me mostrar-lhes o que descobri...
O bando mostrou-se impenetrável como a pedra.
— Quebrou-se a irmandade — entoaram em conjunto todas as gaivotas, e, em perfeito acordo, taparam solenemente os ouvidos e viraram-lhe as costas.
Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na gloria do voo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e ver.
Aprendia cada vez mais. Aprendeu que um eficiente mergulho a grande velocidade lhe dava o peixe raro e saboroso que vivia três metros abaixo da superfície do mar. Já não precisava de barcos de pesca nem de pão duro para viver. Aprendeu a dormir no ar, estabelecendo um percurso noturno pelo vento do largo, cobrindo cento e cinquenta quilômetros desde o ocaso até a aurora. Utilizando o mesmo controle interior, voou através de nevoeiros cerrados e subiu acima deles para céus estonteantes de claridade... enquanto qualquer outra gaivota ficava em terra, conhecendo apenas neblina e chuva.
Aprendeu a dominar os altos ventos do continente e a jantar ali os delicados insetos.
O que outrora desejara para o bando tinha-o agora só para si. Aprendera a voar e não lamentava o preço que pagara por isso. Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões por que a vida de uma gaivota é tão curta, e, sem isso a perturbar-lhe o pensamento, viveu de fato uma vida longa e feliz."

Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.

Imagem: http://www.sxc.hu/photo/476177.
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente:
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com 

Papa Francisco: uma resposta do Espírito Santo

Uma fantástica surpresa!
Com este sentimento no coração, vi, junto com minha esposa e nossa filha Clara (de 1 ano e 9 meses de idade), o anúncio da eleição do Cardeal Jorge Mario Bergoglio como Papa de nossa amada Igreja, como Bispo de Roma, como ele insistiu em afirmar em seu primeiro pronunciamento, antes da bênção urbi et orbi, à Cidade (de Roma) e ao mundo.
Contudo, decidi esperar estes 15 dias após sua eleição para redigir este artigo, a fim de ter mais subsídios para tentar ler os sinais que vêm a nós por meio desta dádiva do Espírito Santo.
Primeiramente, o nome escolhido pelo novo Papa aponta para a missão que ele intuiu ser o desígnio de Deus para seu ministério. Francisco: o apaixonado por Jesus, por isto amante dos irmãos, da criação, todo doado a Deus, todo pobre para amar os pobres, e assim reconstrutor da Igreja, que ruía em meio a escândalos e riquezas no seu tempo.
Porém, vejo mais: Percebo uma guinada na condução da Igreja para a vivência do amor ao próximo como condição essencial e única para o amor a Deus. Aliás, já escrevi sobre isto, que não é assunto novo, está na Palavra de Deus:
"Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia o seu irmão, é um mentiroso: pois quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar" (I Jo, 4, 20).
Quando penso nisto, dá vontade de cantar aquele verso da canção do Martín Valverde: "Tenho esperado este momento..."
Ah, Jesus, como esperei este momento, e ele chegou, e o teu Espírito ouviu minhas súplicas e a de muitos!
Meu querido irmão, minha querida irmã, como falei a membros de Novas Comunidades que estava tudo errado, que se vivia uma espiritualidade "esquizofrênica", apartada da realidade, não só da realidade do meio em que Deus nos colocou, mas também da realidade da Palavra de Deus, como citei.
Como via claramente o desamor aos irmãos, dentro da própria célula comunitária, dentro das estruturas de governo, e ainda se tinha a presunção de dizer: "Somos uma família!"
Ficava claro que jamais se poderia ouvir dos outros a seguinte expressão que se dizia acerca dos primeiros cristãos, segundo conta Tertuliano (Apolog. 39): "Vede como eles se amam!"
Seria mais fácil ouvir: "Vede como eles se odeiam!"
Infelizmente, não somente as feridas pessoais contribuíam para essa triste realidade. O erro vinha de dentro, da direção, do governo, da formação "esquizofrênica" como já disse, isto é, totalmente apartada da realidade.
Se não, vejamos.
Uma formação que retira uma pessoa casada todas as noites da semana de seu lar, em vistas da "evangelização", implicando em ausência, desse pai ou dessa mãe, da sua família, do convívio com os filhos após o dia de trabalho, não pode ser uma formação saudável, verdadeira, autêntica, à luz da vontade de Deus para a família; apartada, pois, do que Deus deseja para a família.
Os pais, caro irmão, cara irmã, devem evangelizar primeiramente seus filhos, permanecendo com eles, amando-os, convivendo muito mesmo! E como se pode amar o filho sem conviver com ele ? O que passa na cabecinha de uma criança que não vê seu pai ou sua mãe quase todas as noites da semana ?
E não me venha com aquele tipo de disparate, totalmente mentiroso: "Deus cuida. Eu faço a minha parte, Deus faz a dele. Eu estou escolhendo a melhor parte, meus filhos beberão um dia dessa 'graça'!"
Pelo Amor de Deus! Este tipo de frase só me leva a dizer: É de sentar e chorar!
Eu ouvi da boca de uma cofundadora de Comunidade (ninguém me disse não, eu ouvi, e está gravado num DVD), durante uma formação dada por ela: 
"Por favor, não façam o que eu fiz! Não abandonem os filhos de vocês em nome da evangelização! Eu tenho hoje um filho ateu por causa disto, porque até em dia de aniversário dele, eu me ausentava para pregar. Por amor, não façam isto!"
Vejamos o que disse o hoje Papa emérito Bento XVI, no 5º Encontro Mundial das Famílias, em 17 de maio de 2005:
"Os pais são os primeiros evangelizadores dos filhos, dom precioso do Criador, começando pelo ensino das primeiras orações. Assim se vai construindo um universo moral enraizado na vontade de Deus, no qual o filho cresce nos valores humanos e cristãos que dão pleno sentido à vida. Ao tornarem-se pais, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade. Seu amor paterno está chamado a ser para os filhos o sinal visível do mesmo amor de Deus, do qual procede toda paternidade no céu e na terra".
É hora de amar o próximo, como dizem São João, na sua primeira Carta, e o Papa Francisco. E saiba, meu irmão, minha irmã: O próximo mais próximo é o seu filho, a sua filha, não é aquela pessoa por quem você orará naquele imenso evento de evangelização.
É tempo de as Novas Comunidades reverem seriamente sua formação "esquizofrênica" e formarem seus membros para se amarem, para viverem como os primeiros cristãos. E não me venham dizer que isto é vivido através da partilha da comunhão de bens, do dízimo. Por favor! Falo de amor mesmo! Falo de gente que perdoa, que sabe que cada pessoa é única, que não tem medo de gente!
É "esquizofrênico" também apartar as pessoas do trabalho, da profissionalização, do estudo, do aperfeiçoamento profissional.
Os jovens devem ser direcionados pelas autoridades das Novas Comunidades para o estudo, para a profissionalização. Nestes ambientes, eles serão maravilhosos evangelizadores, primeiramente com seu testemunho de gente que estuda, que não falta, que se aperfeiçoa profissionalmente. Em seguida, poderão partilhar sua experiência com Deus, seu Encontro.
De novo: Já escrevi sobre isto, e vejo que o Papa Francisco é bem "pé no chão", o que o faz manter sempre o "coração ao Alto"!
Ao se despedir daqueles que o saudaram na Praça de São Pedro e dos milhões que o viam pelos meios de comunicação, ele disse: "Boa noite e bom repouso!"
Que belo ver o Papa nos mandando repousar depois de um dia de trabalho, de fadiga. Parecia um pai para seus filhos: "Vocês já estudaram, trabalharam, cumpriram com suas obrigações, agora é hora de dormir. Durmam bem! Bom repouso!"
Tão humano, por isto tão Santo Padre!
É, meu irmão, minha irmã, vem mais formação verdadeira do Santo Padre para nós.
Sabe o que ele disse na homilia da Missa do Crisma, hoje, nesta Quinta-feira Santa ?
"Não é nas reiteradas introspecções que encontramos o Senhor, nem mesmo nos cursos de autoajuda. O poder da graça cresce na medida em que, com fé, saímos (...) para dar a pouca unção que temos àqueles que nada têm".
E o Papa estava pregando na Missa do Crisma, em que se celebra o dom do sacerdócio, especificamente para os padres. Ora, se o padre não encontra o Senhor "nas reiteradas introspecções", isto é, nos constantes fechamentos em si mesmo, por exemplo, em horas de recolhimento, de retiro, mas o encontra quando sai de si para o seu rebanho, quando, como disse o Papa Francisco, "sente o cheiro das ovelhas", muito mais um pai-de-família não encontrará o Senhor isolando-se de sua família, mas indo ao seu encontro, sentindo o cheiro dos filhos, beijando-os, convivendo muito com eles, que são o rebanho confiado pelo próprio Senhor ao pai e à mãe.
Que Papa, hein !?
Por fim, às estruturas de governo das Novas Comunidades.
Vi sala de fundador, na "casa do governo", que é uma riqueza só! Suntuosa, majestosa, com tapetes enormes, um mapa do mundo imenso na frente de uma grande mesa oval, de madeira maciça, com uma cadeira estilo presidente super-confortável, bem alta, para o fundador, tudo projetado, caríssimo, parecido com a riqueza da Casa Branca!
E o Papa Francisco, quando foi visitar o apartamento papal, que havia sido fechado após a renúncia de Bento XVI, espantou-se com o tamanho do lugar e afirmou: "Mas aqui cabem 300 pessoas!"
Vi "prefeito" da "casa do governo" de Nova Comunidade tomando suco na hora do almoço, servido exclusivamente para si, e de graça, enquanto os empregados tinham a única opção básica: água, ou comprassem refrigerante com o seu parco salário!
Vi "autoridade" pedindo a devolução da "comunhão de bens", o dízimo, dizendo, em pregação, que a Comunidade não tinha dinheiro para manter suas obras sociais, seu trabalho com os drogaditos. Porém, para o filho desse membro do governo comunitário não faltavam as aulas de natação e para sua filha, as de balé!
Então nessas horas, quando descobertos, vinham com aquela frase maldita: "Não somos chamados à pobreza franciscana!"
Realmente, a pobreza de Francisco, o Santo de Assis, aquela que o Papa de mesmo nome quer para sua Igreja, anda a léguas dessa "casa de governo"!
Se eu fosse relatar aqui o que vi, mas vi mesmo!, 10 artigos não seriam suficientes.
Tenho certeza, meu irmão, minha irmã, de que sua fé não foi abalada com este relato, se sua fé é verdadeira, se você não vê Deus como um superprotetor e a Comunidade como uma redoma, dentro da qual você está protegido(a), mas se você vê Deus apaixonado por você, que não muda um "milímetro" o seu amor, mesmo quando você comete aquele pecado horrível!
Se você crê neste amor sem hesitar e se vê que sua Comunidade, como a nossa amada Igreja, pode mudar (e o Espírito escolheu o Papa Francisco para isto), então este artigo o(a) fortalecerá ainda mais, levando-o(a) a "acordar" para a sua missão de pai ou de mãe, de profissional, de leigo, que é chamado a viver neste mundo e não fugindo dele, "protegendo-se" na Comunidade!
Termino mostrando como o nosso Papa Francisco é simples e assim deseja que a Igreja seja.
A foto que usei na abertura deste artigo mostra o Papa sentado bem atrás na capela, em meio aos jardineiros do Vaticano, após uma missa celebrada por ele.
O Papa está em oração, no meio dos mais simples empregados do Vaticano, em um lugar sem destaque, sem pompa, sem "cadeira-presidente".
Recordou-me o ensinamento de Jesus quando seus discípulos discutiam por poder, tendo dois deles usado até a própria mãe para pedir "cargos" de "autoridade":
"Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo" (Mt 20, 25-27).
Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.

Imagem: https://twitter.com/gnntridente.
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente: 
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

A melhor definição de filho! (Por um ateu)

Deus ilumina quem ele quer, até um ateu, pois, como fala o Apóstolo Amado, "o vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai" (Jo 3, 8). E o Catecismo da Igreja Católica afirma: "o homem tende naturalmente para a verdade" (CIC, 2467).

Assim, mesmo alguém que diz ser ateu, mas busca a verdade, está, na realidade, ainda que não saiba, procurando o próprio Deus.
Ao ler a melhor definição de filho que já vi até hoje, percebi isto: A ação do Espírito da Verdade em alguém que tanto falou contra Deus e a Igreja: o escritor português, declaradamente ateu, José Saramago, que já partiu deste mundo para encontrar-se com "o Senhor, justo Juiz" (II Tm 4, 8).
Eis sua definição de filho:
"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder ? Como ? Não é nosso, recordam-se ? Foi apenas um empréstimo!" (José Saramago).
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Imagem: A Clara dormindo.

Eleições 2010 — o cristão e a política

Estamos a pouco tempo das eleições do dia 3 de outubro.
Você que está lendo este artigo pode ter uma ideia já formada, um conceito já preconcebido — um preconceito — sobre o tema da política.
Talvez você já tenha dito alguma das frases abaixo:
  • “Eu não me interesso por política porque só vejo corrupção e escândalos no meio político”.
  • “Político é tudo igual — todos são desonestos!”
  • “Eu só me interesso um pouco por política na época das eleições”.
  • “Depois que elegemos um candidato, não sabemos o que ele faz, como ele está trabalhando, que projetos ele apoia”.
  • “Cristão tem que cuidar da sua fé e não se meter em política”.
Gostaria, entretanto, de expor alguns aspectos que considero interessantes para meditarmos.
Vivemos num tempo de crise das instituições políticas: falta ética a muitas pessoas que deveriam representar bem o povo, que deveriam servir bem à Nação; a corrupção espalha-se como um câncer; desrespeita-se a vida humana de forma banal; a violência compõe o cotidiano de qualquer cidade brasileira, como se fosse uma paisagem característica; há um desvio da finalidade política; existe o descaso aos mais necessitados, aos miseráveis.
Creio que você concorda com todas as afirmações acima. Mas também é interessante perceber a ética individual, os nossos valores pessoais, pois sabemos que o coletivo é formado por vários indivíduos, e se quisermos transformar o coletivo, temos que mudar o indivíduo.
Muitas vezes, o cidadão que cobra posturas éticas de seus representantes é o mesmo que dirige numa contramão quando é tarde da noite e a rua está deserta; ou é aquele que vê um saco de batata frita aberto no supermercado e mete a mão no que não é seu e come; ou ainda é aquele que, ao ser multado por um guarda de trânsito, pede-lhe que retire a multa, que dê um “jeitinho”, ou até tenta suborná-lo.
Isto tudo me lembra uma frase lapidar: “O verdadeiro progresso é interior. O exterior é consequência” (Escrito A Profissionalização, 4, Moysés Azevedo). Ou seja: A ética deve nascer no indivíduo, na pessoa — o coletivo é consequência.
Como cristãos, não apenas somos chamados a viver com ética, mas, seguidores do “amemo-nos uns aos outros” (I Jo 4, 7a), somos chamados a sairmos de nós mesmos, a voltarmo-nos para o outro, para o coletivo, para o bem público. E isto se concretiza também no votar muito bem, no informar-se, no conversar com os amigos sobre política, no saber o que a Igreja, perita em humanidade, pensa sobre política, no analisar os candidatos e os partidos, no saber quais as funções dos cargos eletivos.
Para quem pensa que Jesus em sua terra não foi um homem político, basta ver as diversas vezes em que ele combateu fortemente a hipocrisia de membros do Partido dos Fariseus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Importava praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas” (Mt 23, 23). (Grifos nossos).
O fundamento para a vida política do cristão é Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
A Igreja, mestra que nos ensina o Caminho para a Verdade, a fim de termos a plena Vida, é fonte para nossa formação política também:
“O dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos fieis leigos, os quais, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública.” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 29). (Grifos nossos).
Esta participação deve seguir critérios coerentes com a opção por Jesus Cristo. E aqui a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) adverte os cristãos e os poderes públicos:
“Os poderes constituídos eleitos, em todos os níveis, recusem quaisquer projetos que atentem contra a família ou contra a dignidade da vida humana, particularmente no que diz respeito à legalização do aborto e da eutanásia.” (ORIENTAÇÕES DA CNBB PARA O ANO ELEITORAL, 3/4/2006, V, n. 4). (Grifos nossos).
  • “O primeiro critério para votar em um candidato é sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte.” (idem, VI). (Grifos nossos).
O que a Igreja nos orienta é simplesmente votar segundo o critério do próprio Jesus Cristo: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).
E como saber se um candidato ou partido político não defende a vida, é a favor do assassinato de crianças no ventre da mãe (aborto)? Muito simples: visite os “sites” dos partidos políticos. Todos eles têm o mesmo formato: www.(sigla do partido).org.br, vá a seções como Programa ou Mulheres (direito ao aborto). Você perceberá que não será difícil discernir quem é a favor da Vida e quem é a favor da morte.
Lembre-se de que, no dia 3 de outubro, você, ao votar, estará dizendo para o seu candidato: “Eu apoio o que você pensa, concordo com a sua defesa à vida (ou à morte), quero para mim, para meus filhos, para meu Estado, para meu País o que você quer. Pode ir, que eu assino embaixo!”

Shalom!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Shalom para sempre!

24 de agosto de 2010: um dia histórico para a Comunidade Católica Shalom! Na Festa de São Bartolomeu, "um israelita de verdade, um homem sem falsidade" (Jo 1, 47), nosso Fundador, Moysés Azevedo, diante da Igreja, na pessoa de nosso Arcebispo, D. José Antônio, e diante da Comunidade, fez suas promessas definitivas na Comunidade Católica Shalom e professou os votos perpétuos no celibato pelo Reino dos Céus.
O que isto representa ? Qual o significado disto ? O que isto tem a ver com a minha vida e a sua ?
Quero me fixar em duas palavras: "definitivas" (as promessas) e "perpétuos" (os votos).
Para este mundo em que o efêmero, aquilo que passa, o transitório quer ter ares de eterno, as promessas definitivas do Moysés a Deus no carisma Shalom sinalizam muito, de forma clara e profética.
É uma mentira tratar o transitório como se eterno fosse! E é uma mentira mortal! Veja, por exemplo, o drogadicto, que busca fazer do momento transitório de uma dose algo com tons de "para sempre". O que acontece ? Sabemos muito bem: como a dose é passageira mesmo, o usuário precisará de mais doses, em intervalos cada vez menores, para tentar saciar temporariamente sua adicção. Resultado: vício total, escravidão, morte!
Prometer, diante de Deus e dos homens, viver definitivamente um chamado do próprio Deus, uma Vocação, liberta o homem de todo apego ao transitório, que tenta escravizá-lo, e lança-o no Eterno, o único que sacia o desejo mais profundo do seu coração!
Desejar viver os votos da pobreza, obediência e castidade perpetuamente, no sim de cada dia, permite que o próprio Deus configure o homem, criado à sua imagem e semelhança, em Jesus Cristo, santifique-o, isto é, faça-o plenamente feliz!
Este sim do Moysés a Deus representa muito! Aponta para aquilo que nosso coração deseja de verdade: o Absoluto, o Eterno, Deus! É, portanto, uma bela profecia, porque nos recorda que, vivendo nesta terra, devemos olhar para o Céu, nossa Pátria definitiva, perpétua!

Shalom para sempre!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Uma palavra sobre este Blog



Hoje, dia 17 de janeiro de 2010,  "vai ao ar" o blog Anúncio da Verdade, artigos de formação cristã para você.

Confiando na Palavra do Senhor, que diz que “Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam” (Rm 8, 28), mergulharemos juntos no Amor de Deus!

Neste tema da formação cristã, buscaremos também crescer no autoconhecimento. Aliás, precisamos permitir que o Espírito Santo nos revele como estamos e nos mostre o que Deus pensa de nós, quais os planos de amor do Senhor para nós.

Assim, o Espírito Santo conduziu-me a escrever também artigos sobre o comportamento humano, numa abordagem cristã. Será como uma "psicologia cristã", textos em que a Verdade iluminará nossa alma. Isto é fundamental para qualquer pessoa, sobretudo para aqueles que trilham uma caminhada em Deus, pois assim nos diz o próprio Jesus: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8, 32). Isto também é formação cristã!

Queremos conhecer a Verdade, porque a alma humana, como esta bela rosa azul, é única, é bela, tem seus espinhos, é claro, mas deve florescer cada vez mais no jardim do Coração de Deus!

Todos nós ansiamos por ser livres, mas livres na Verdade, libertos de toda amarra, escravidão, depressão, dependência afetiva, dominação ou vício. É para isto que Jesus vem a nós: para nos salvar!

Que o Senhor, que me inspirou a descer ao castelo interior da alma humana, onde ele mesmo habita, liberte-nos de todo mal e nos dê a felicidade eterna!

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Imagem: http://www.sxc.hu/photo/479449