Sabemos disto porque fazemos parte das celebrações, ouvimos o sacerdote falar na missa, participamos da Campanha do Advento na Comunidade. Até aí, só o intelecto!
E viver o Advento ? Mas viver mesmo, na carne, encarnado, na própria vida ?! Vivê-lo é uma graça. Perceber que o estamos vivendo é uma graça ainda maior (se é que se mede graça!). E como perceber esta graça na própria vida ? É "simples": O Advento é um tempo de Esperança.
Meditando sobre esta verdade, cheguei a algumas conclusões, que gostaria de partilhar com você.
A Esperança não é muito "propagada", comentada, falada. Ouvimos sempre se falar muito mais da fé e do amor. É muito comum ouvirmos expressões do tipo: "Que homem de fé!" ou "Aquela mulher ama de verdade!". Eu, pelo menos, nunca ouvi: "Que homem de esperança!"
É como se a "pobrezinha" da Esperança não fosse muito valorizada, divulgada.
Percebi, então, que ela "gosta" de estar "escondida", como o alicerce de uma casa, a estrutura de concreto (as rochas, as pedras, a Rocha, na Palestina de Jesus). O que seria da casa sem esse alicerce ?! Por ser o alicerce, sustenta a casa: a Esperança sustenta a Fé e o Amor. Ela é a base, a Rocha.
Se vivo a Esperança, o tempo litúrgico do Advento não apenas consta do meu calendário ou da minha agenda Shalom, mas está "encarnado" na minha vida. Posso, então, afirmar que estou VIVENDO o Advento.
O que é a Esperança ? Aliás: quem é a Esperança ? É a Rocha. É a Rocha da minha salvação, como diz o Antigo Testamento. É a verdadeira Rocha: Cristo Jesus. Ele é a minha Esperança, ele é o alicerce seguro sobre o qual ergo a minha fé e a partir do qual construo a minha caridade. Sem ver, sem notar, sem sentir, sem "enxergar", vivendo a Esperança, lanço-me na fé, abraço o amor.
Assim, Cristo-Esperança nos "protege contra o desânimo; dá alento em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna" (Catecismo da Igreja Católica, 1818).
Esperança para você, meu irmão, minha irmã!
Shalom!
Álvaro Amorim.