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A cura do alcoolismo

Chega ao fim hoje a série de posts sobre o alcoolismo, com a quarta pregação da série: Alcoolismo - parte 4.
Se você deseja ouvir a terceira parte da pregação sobre o alcoolismo, clique aqui: Alcoolismo - parte 3.
Se você quer ouvir a segunda parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 2.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Alcoolismo tem cura ?


Hoje você ouve a terceira parte da pregação sobre o alcoolismo. Para ouvir esta terceira parte, clique aqui: Alcoolismo - parte 3.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Se você quiser ouvir a segunda parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 2.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Como saber se sou alcoólatra ?

Hoje você ouve a segunda parte da pregação sobre o alcoolismo.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Agora, a pregação de hoje: Alcoolismo - parte 2.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Alcoolismo: quais as causas ?

Você tem tido problemas quando ingere bebidas alcoólicas ? Algum familiar seu é alcoólatra ? Quais as causas do alcoolismo ? Há cura ? O que fazer quando se está sofrendo muito ?
Para ajudar você nessa caminhada, começa hoje uma série de quatro pregações sobre este tema, tão atual, tão desafiante!
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Alcoolismo: a doença passo a passo


A partir desta postagem, escreverei alguns artigos sobre alcoolismo, doença que vitima tantas pessoas, tantas famílias!

Doença! Sim, a primeira coisa que deve ser dita sobre o alcoolismo é isto. E quem diz isto não sou eu apenas. É a Organização Mundial da Saúde (O.M.S.), a qual, no ano de 1967, na 8a conferência Mundial de Saúde, incluiu o alcoolismo na Classificação Internacional das Doenças (CID-8). Atualmente, a vigente CID-10 traz em seu Capítulo V (F-10 a F-19) a descrição das Desordens Mentais e Comportamentais Devidas ao Uso do Álcool, em inglês: mental and behavioural disorders due to use of alcohol .

Isto é muito importante que se diga porque muitas pessoas associam o alcoolismo como falta de responsabilidade, opção livre da pessoa, como se alguém pudesse escolher livremente ser alcoólatra! Então, são ditas aquelas frases típicas: "Isto é sem-vergonhice, falta de responsabilidade!", "Isto é mau-caratismo, vagabundagem!"

Infelizmente, a ignorância (o desconhecimento) leva ao preconceito, atitude que não ajuda o doente, o adicto de álcool, tampouco os familiares deste.

Então, qual a causa do alcoolismo ? Diversos fatores são decisivos para esta adicção (ou adição, termo correto para se referir ao alcoolismo, segundo a O.M.S.). Como uma doença eminentemente da alma (não existe e ninguém pega o "vírus" do alcoolismo!), esta adicção tem uma natureza psíquica, além de física e espiritual. Assim, como doença psíquica deve ser admitido e tratado. Todavia, não se conhecem as causas específicas do alcoolismo. Alguns atribuem sua causa a fatores genéticos (um gene presente em algum ancestral (pai, avô, bisavô etc.) seria o responsável pela doença). Outros afirmam que é uma doença de origem comportamental, que se adquire "vivendo", através da influência da educação dos pais, dos problemas vividos com eles, da interação com os amigos, dos traumas etc. Por fim, há pessoas que veem uma causa espiritual para o alcoolismo.

Na verdade, cada vez mais se percebe a tendência de conjugar todos esses fatores como geradores do alcoolismo. Por isto, não se pode tratar simploriamente algo tão complexo.

De início, qualquer tratamento só pode ser iniciado quando o adicto de álcool se reconhece doente. Isto é fundamental! Não adianta o familiar "passar na cara" que a pessoa tem problema com álcool, que deve parar de beber, que precisa "criar juízo", que necessita assumir sua responsabilidade! Não! Somente quando o próprio alcoólatra reconhece-se portador de uma doença, ele pode iniciar o tratamento. Ele ou ela! Ninguém pode tratar o alcoólatra! Ninguém é responsável por ele ou ela parar de beber! Isto também é muito importante que se diga porque os familiares de uma pessoa alcoólatra desenvolvem também uma codependência afetiva em relação ao doente. Acham-se culpados quando o alcoólatra bebe. Frases do tipo: "Ele só foi beber porque fui grosseira com ele!" ou "Ele bebe porque também esses amigos de bar não o deixam em paz!" são grandes falácias, não condizem com a realidade da doença. Ele foi beber porque ele é doente! Se chover, ele pode dizer que bebe para "esquentar"! Se faz calor, é para "refrescar"! E por aí vai. Mas o doente bebe porque é alcoólatra, porque é portador da doença do alcoolismo e nada mais!

É próprio da personalidade alcoólatra gerar no outro, sobretudo nos seus familiares, o sentimento de culpa, para que ele ou ela continue a não assumir a própria doença. O doente também, quando não aceita sua condição, atribui sua compulsão pela bebida a diversos fatores. Engana-se de várias formas. Quando as consequências tornam-se mais graves, troca de bebida, muda de bar, faz paradas forçadas por alguns dias, promete aos outros e a si mesmo que não vai mais beber tanto, ou mesmo que vai deixar de beber. Com o tempo, recai. Vem o sentimento de culpa, e assim a doença vai se tornando mais séria.

Sim, a doença progride! Por isto, é importante reconhecê-la e tratá-la logo. E como reconhecê-la ? O que leva alguém a admitir-se dependente do álcool ? Para muitos alcoólatras foi o chamado "fundo de poço" que os ajudou na admissão da doença. Mais uma vez, os familiares, infelizmente, não ajudam o doente. É típico ver esposas indo buscar seus maridos no bar; mães tentando "trancar" filhos alcoólatras, maiores de idade, em casa; filhos pedindo aos seus pais que parem de beber. Obviamente, a dor dos familiares é grande, somada ao estigma social do alcoolismo, que gera nessas pessoas muita vergonha e medo, além do devastador sofrimento. Assim devem ser vistas essas atitudes, na misericórdia de Deus. Todavia, mais uma vez, é bom dizer: alcoolismo é uma doença! Nada do que um familiar faça ou deixe de fazer, exceto a oração para que o doente se reconheça assim, pode ajudar o alcoólatra.

Aliás, é difícil o que vou dizer para quem vive esta realidade na sua família, mas é a verdade: deve-se deixar o alcoólatra no bar, onde ele estiver, sem querer interferir quando ele toma aquele "porre", porque, somente assim, existe a possibilidade do doente ver-se doente, do dependente admitir que precisa de ajuda terapêutica. Quantas vezes a esposa, a mãe, o pai ou o filho foi buscar o familiar alcoólatra no bar e isto não resolveu nada, e ele ou ela continua a beber ?

Uma das características mais fortes da doença do alcoolismo é a autopiedade. O alcoólatra é uma pessoa que sente pena de si mesmo e quer e consegue gerar constantemente este sentimento naquelas pessoas que o cercam. Requer a todo tempo máxima atenção, não quer resolver nada sozinho. Aliás, cria situações para que os outros resolvam, como buscá-lo num bar após uma bebedeira, como eu disse antes. Compactuar com tal situação só distancia o doente do início do tratamento, porque sua mente alcoólica pensa, mesmo que inconscientemente, assim: "Posso fazer sempre isto, porque sempre alguém resolve para mim!" E ele ou ela continua bebendo!

É fácil deixar o esposo ou a esposa no bar ? É fácil não dar atenção ao filho que chegou alcoolizado de manhã ? É fácil ver o pai ou a mãe com bebida escondida em todo canto da casa e não dizer nada ? Claro que não! Mas tentar resolver o problema, achando-se responsável por ele ou por ela não adianta!

Como eu disse, somente a oração de intercessão para que o doente se reconheça como tal pode dar frutos.

Também não se deve pensar que o fato de deixar o alcoólatra no bar ou não falar nada quando ele ou ela chega embriagado em casa seria falta de caridade. Não! O amor não é somente sim! É não também! Este "não" vai se constituir num silêncio, na vivência da graça da paciência histórica, no total abandono e confiança em Deus, o único que pode derramar sobre o alcoólatra a graça de admitir que é doente e que precisa de ajuda.

Nos próximos artigos, falarei mais sobre este tema, sobre como reconhecer a doença, as formas de tratamento do alcoolismo, sobre como a família também deve se tratar. Para isto, é importante que você comente este artigo, faça perguntas, interaja comigo, para que Deus cada vez mais faça brilhar sua luz sobre aquilo que são trevas.

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Codependência afetiva: uma ameaça à amizade do casal


Um dos fenômenos que mais afligem os relacionamentos é a codependência afetiva. Muitas pessoas são afetivamente codependentes e desconhecem isto. Vivem seus relacionamentos em meio a brigas, sentimentos de culpa, chantagens sentimentais, mas não conseguem enxergar a raiz desse problema, a fim de buscar uma solução.


Hoje veremos um pouco as características da codependência afetiva, sobretudo no âmbito do relacionamento afetivo homem-mulher, seja no namoro, noivado ou matrimônio, mas com ênfase maior a este último.


É próprio do relacionamento afetivo entre um homem e uma mulher o fato de ambos se quererem, desejarem-se, terem a vontade de estar próximos, mas, quando se vive uma codependência afetiva, esta vontade passa a construir para o outro e para si uma verdadeira prisão, da qual não se quer nem se deixa escapar. Esta é uma das principais consequências da codependência afetiva, a qual é na verdade uma desordem compulsiva que deforma o relacionamento, fazendo dele um "lugar" de controle e dominação. Ao invés do casal crescer na amizade, tão necessária a um relacionamento maduro e equilibrado, ambos definham pela concupiscência do poder, que escraviza, que anula o outro. Dentro da relação, há força e fraqueza, agressividade e dependência.


Todavia, não podemos dizer que, em uma relação onde há codependência afetiva, uma pessoa seja exclusivamente "o fraco" (dependente) e o outro, "o forte" (agressivo), mas há sem dúvida aquela pessoa que tende mais a dominar e aquela que tende mais a se deixar dominar.


Vários são os motivos da codependência afetiva, como predisposições genéticas, fatores familiares e realidades espirituais. Todos eles geram carências e inseguranças, campo fértil para a codependência afetiva.


Eis dez características das personalidades dependente ("a fraca") e agressiva ("a forte") na codependência afetiva:


A personalidade dependente




  • Não assume as responsabilidades próprias do relacionamento (seja no namoro, no noivado ou no matrimônio), esperando sempre do outro a resolução de quaisquer problemas, a tomada de iniciativas e decisões.

  • Apresenta uma enorme necessidade de aprovação e afeição por parte dos outros, o que faz o dependente buscar sempre agradá-los, não discordar de seus pontos-de-vista, sobretudo se estes são postos de maneira forte pela parte agressiva da relação.

  • Não consegue enfrentar crises sem requerer extremo cuidado por parte da pessoa de personalidade agressiva ("o forte"), atribuindo ao outro a culpa e a responsabilidade pela solução da crise.

  • Requer sempre da outra pessoa elogios, "aplausos", concordância, porque não consegue "andar" sem essas "bengalas".

  • Pauta o vestir, o falar, o comportar-se pela opinião do outro. Às vezes requer a opinião da outra parte inclusive em temas banais, como a escolha de roupas para usar em determinadas ocasiões.

  • Muda de humor se a outra parte também alterou seu humor. Pensa logo que a outra pessoa tem algo contrário a si, que não gostou de algo que ele(ela) fez ou disse. Não admite que a outra pessoa possa estar num dia ruim, cansativo.

  • Tem dificuldades para dizer não a pedidos da parte agressiva, para jamais contrariá-lo(a), mesmo que isto interfira na sua vida profissional, espiritual.

  • Permite que seu valor seja dado pelo que a outra pessoa pensa. Não consegue ver seu valor por si mesmo(a).

  • Sufoca afetivamente a outra pessoa com uma presença constante em sua vida, acompanhando todos os seus passos, vivendo em função dele(a).

  • Quando percebe que a outra pessoa, de alguma maneira, quer "respirar", inicia uma verdadeira "campanha" de chantagens sentimentais para que o(a) outro(a) jamais se afaste, para que ele(a) continue dando-lhe excessivo cuidado e extrema atenção.


A personalidade agressiva

  • Centraliza-se em si mesmo(a), possuindo uma vontade própria exacerbada, não cedendo em nada na relação.

  • Assume todas as responsabilidades do relacionamento (seja no namoro, no noivado ou no matrimônio), resolvendo quaisquer problemas, tomando iniciativas e decisões.

  • Dificilmente, na relação, a vontade da outra parte prevalece, pois sua vontade (a da pessoa agressiva), mesmo quando não é imposta, é sutilmente apresentada como a melhor, sempre!

  • Não respeita os próprios limites, praticamente nunca dizendo não a pedidos dos outros, pois considera-se "o(a) forte", mesmo que chegue a se esgotar física, psíquica e espiritualmente.

  • Dita o vestir e o comportar-se do outro, sempre convencendo-o(a) de que assim é melhor para ele(a).

  • Como se coloca numa posição de ser responsável por tudo e por todos, sente-se extremamente culpado(a) por qualquer problema que ocorra, mesmo sabendo que não foi sua ação que causou isso.

  • É extremamente desconfiado(a) em relação aos outros, porque não admite erros, e acha que os outros erram demais, mas ele(a) nunca erra!

  • Quando chega ao ápice do estresse, "explode", permite-se distribuir farpas para todos, porque se acha sempre "o(a) correto(a) e justo(a)".

  • Quando começa, por algum motivo, a querer "respirar" na relação, sente-se culpado(a) por achar que está abandonando a pessoa dependente ("a fraca"), o que, mais uma vez, escraviza-o(a) no relacionamento.

  • Reclama sempre que a outra pessoa não tem iniciativa em nada, mas nunca deixa o menor espaço sequer para que o outro faça alguma coisa. Sempre toma a frente, nunca sabe esperar, nunca confia no potencial do(a) outro(a). Aliás, justifica o estar sempre à frente por causa da "fraqueza" do(a) outro(a).


Obviamente, podemos perceber algumas características diferentes, de acordo com cada casal, mas, em geral, as acima listadas aparecem, em sua grande maioria, naqueles que vivem uma codependência afetiva.

Outro aspecto importante: De início, o relacionamento entre uma pessoa dependente e uma agressiva parece constituir o "par perfeito", pois um tem o que o outro "precisa", mas, com o tempo, surgem sentimentos de raiva e frustração, o que pode arruinar a relação, se a codependência não for tratada psíquica e espiritualmente. Quando se começa a perceber tais sentimentos, é sinal também que se quer libertar-se, ótima oportunidade para tornar a relação verdadeiramente sadia.

Como os codependentes afetivos encontram-se numa "prisão" psíquica e espiritual, necessitam buscar ajuda, de preferência através da Logoterapia*, e de acompanhamentos espirituais por sacerdotes que compreendam o tema ou por leigos de Novas Comunidades acostumados a acompanhar estes casos.

Por fim, quem vive no matrimônio a realidade da codependência afetiva pode encontrar nesta situação uma ótima oportunidade para amar o outro e buscar, juntos, a libertação, que só Cristo opera, sem desistir da pessoa a quem prometeu amar na saúde e na doença. Pode também fazer da I Cor 13, 4-8a seu texto de cabeceira, meditando sobre aquilo em que consiste o único e verdadeiro amor.

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

*"única teoria psicológica compatível com a doutrina católica" (cf. As Bênçãos Papais para Viktor Frankl, in Cultura e Fé. Porto Alegre. Ano 30, n. 117, abr/jun 2007, pp. 49-56)


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