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Papa Francisco à Cúria Romana (Governo da Igreja): A Cúria sofre de infidelidades ao Evangelho

Que coragem a do Papa Francisco! Dizer que o Governo da Igreja sofre de "Alzheimer espiritual"!
Se todo líder religioso tivesse essa coragem e humildade...
[Leia o texto da Rádio Vaticano: 
http://pt.radiovaticana.va/news/2014/12/22/papa_%C3%A0_c%C3%BAria_doen%C3%A7as_e_tenta%C3%A7%C3%B5es_para_exame_de_consci%C3%AAncia/1115679]

Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.
Imagem: Andreas Solaro/AFP. 
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente: Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

A cura do alcoolismo

Chega ao fim hoje a série de posts sobre o alcoolismo, com a quarta pregação da série: Alcoolismo - parte 4.
Se você deseja ouvir a terceira parte da pregação sobre o alcoolismo, clique aqui: Alcoolismo - parte 3.
Se você quer ouvir a segunda parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 2.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Imagem: http://sxc.hu/

Alcoolismo tem cura ?


Hoje você ouve a terceira parte da pregação sobre o alcoolismo. Para ouvir esta terceira parte, clique aqui: Alcoolismo - parte 3.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Se você quiser ouvir a segunda parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 2.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Como saber se sou alcoólatra ?

Hoje você ouve a segunda parte da pregação sobre o alcoolismo.
Se você não ouviu a primeira parte, clique aqui para ouvir a pregação Alcoolismo - parte 1.
Agora, a pregação de hoje: Alcoolismo - parte 2.
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Alcoolismo: quais as causas ?

Você tem tido problemas quando ingere bebidas alcoólicas ? Algum familiar seu é alcoólatra ? Quais as causas do alcoolismo ? Há cura ? O que fazer quando se está sofrendo muito ?
Para ajudar você nessa caminhada, começa hoje uma série de quatro pregações sobre este tema, tão atual, tão desafiante!
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Meu testemunho: Depressão, um novo olhar sobre esta vivência

Álvaro Amorim

Desafiante doença, crise momentânea ou sintoma comum desses "tempos neuróticos", a depressão tem alcançado mais e mais pessoas, abalando famílias, desestruturando homens e mulheres de todos os níveis econômicos e culturais.

Quem já vivenciou uma depressão sabe que há momentos em que se prefere a morte à vida, ou se deseja nem ter nascido, nem existir, desaparecer! O desespero faz parte dessa dolorosa realidade. É sintomático.

Todavia, para o processo de recuperação, importa não se acusar. Deus também não acusa a pessoa com depressão. Ao contrário, ele não cobra que ela aja, faça ou realize algo. Ele não se comporta como um exigente chefe no trabalho, nem como um ríspido diretor! Não! Ele é nosso amado Pai! Ele acolhe a pessoa que passa por essa dor e a ama.

Foi este Amor que me tirou da escuridão do meu quarto, onde eu passava horas, dias! Foi o Senhor que me fez procurar ajuda, a ajuda dele que vem pelas mãos de seus filhos, meus irmãos. Assim, comecei a viver realidades que hoje são fundamentais na minha vida: uma terapia com uma psicóloga cristã, o encontro diário com Deus, indo constantemente para diante do Santíssimo Sacramento do Altar, e o acolhimento da passagem de Mt 6, 34, como direção diária para a minha vida: "A cada dia basta o seu cuidado."

Como é impressionante a força salvadora que vem de Jesus eucarístico! No início nem percebi nada, mas depois...

Deus foi além: eu percebi que, durante o meu processo depressivo, nas poucas vezes que conseguia sair de casa, buscava no consumismo satisfações que eu não tinha interiormente. Jesus, então, levou-me a me satisfazer, a me realizar dele mesmo: Eucaristia diária!

A tempestade passou!

Hoje vivo o matrimônio, algo que antes eu considerava impossível de um dia viver, por causa da minha realidade na época. Abracei também uma consagração de vida a Deus no carisma Shalom.
Profissionalmente, exerço a advocacia e o trabalho na Rádio Shalom 690 AM, onde apresento o Programa Anúncio da Verdade, de segunda a sexta, das 13h às 14h.

Que Deus maravilhoso, que vai além no Amor!

Problemas ? Como qualquer pessoa, sempre os terei. Mas hoje tenho Deus no coração, na minha vida. O Senhor me fez dar novo sentido à minha vida! Sou feliz!

Para você que vive hoje essa realidade da depressão, saiba: o mesmo Jesus que me ergueu quer e já começa a fazer isto na sua vida agora, porque ele toca seu coração neste momento! Só tenho assim uma única coisa a lhe dizer: Vá para Deus agora! Ele espera você!

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Alcoolismo tem cura ?


Concluindo (por enquanto!) esta série de artigos sobre o alcoolismo, abordo agora a questão da cura desta doença.

Há, com certeza, muitas opiniões controversas no que diz respeito à cura da adicção de álcool. Algumas pessoas afirmam que, por se tratar de uma doença não somente do corpo, mas sobretudo da alma, ela não seria curável, mas estabilizável. Outras dizem que sim, que há cura para o alcoolismo, basta ter fé e suplicá-la a Deus.

Antes, porém, de adentrar nesta questão propriamente dita, quero analisar um aspecto do agir de Deus, de como ele dispôs todas as coisas, tudo aquilo que ele criou.

Gostaria de lhe convidar a fazer agora uma experiência muito simples, mas que revela um aspecto da sabedoria divina. Por favor, pegue uma caneta agora. Erga-a sobre a mesa onde está apoiado o computador (ou sobre uma superfície qualquer). Suspenda esta caneta no ar, segurando-a com sua mão. Agora, solte a caneta. O que aconteceu ? Mesmo sem ver sua experiência (e a de nenhum leitor deste artigo, é óbvio!), a caneta caiu sobre a mesa! O que isto diz ? Isto nos mostra que, movida pela força da gravidade, a caneta caiu. Simples assim!

Mas e em relação a Deus, o que este evento da Física nos diz ? Isto nos diz que Deus, que criou tudo o que há,  que criou o que é espiritual e o que é material ("Deus criou os céus e a terra", Gn 1, 1), que criou inclusive todas as leis da matéria, na enorme maioria das vezes, "gosta" de respeitar as leis que criou.  Deus não fica intervindo a toda hora na lei da gravidade (criada por ele), para fazer com que várias canetas no mundo inteiro não caiam ao serem erguidas e soltas no ar sobre uma mesa! Por isto, excetuando-se algum milagre que houve entre os milhões de experimentos com uma caneta solta sobre uma mesa, a caneta vai sempre cair, não vai ficar suspensa sozinha no ar!

Com isto, não digo que Deus não intervém nas leis da natureza, criadas por ele. Não! Apenas digo que, observando como Deus age em relação a elas, vejo que ele intervém apenas excepcionalmente. Ele "gosta" de agir assim! Aliás, não nos esqueçamos de que, por ser uma intervenção sobrenatural de Deus na vida de alguém ou na natureza, o milagre é um sinal excepcional que aponta para a Verdade, que mostra que Deus é Deus, que confirma a Revelação Divina, que é plena em Jesus Cristo. Mas a nossa fé não deve se mover apenas porque vimos milagres. "Cremos por causa da autoridade de Deus que revela e que não pode nem enganar-se nem enganar-nos. (...) Os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, sua fecundidade e estabilidade constituem sinais certíssimos da Revelação, adaptados à inteligência de todos, 'motivos de  credibilidade' que mostram que o assentimento da fé não é de modo algum um movimento cego do espírito" (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 156). Assim, os milagres, como vemos no Evangelho, sinalizam a Revelação, dão testemunho da Verdade. Todavia, a Verdade não precisa, a cada momento, de um sinal para ser acolhida. Mais uma vez: "Cremos por causa da autoridade de Deus que revela" (Catecismo, 156).

Deste modo, não digo que Deus não possa operar um milagre num doente alcoólico! Não! Deus é Deus e, por isto, é plenamente livre, como ele mesmo diz: "Dou a minha graça a quem quero, e uso de misericórdia com quem me apraz" (Ex 33, 19). Ele pode, pelos méritos de Jesus Cristo, inclusive pela intercessão de um santo, de Maria Santíssima ou até pela nossa pobre intercessão, fazer um milagre e libertar alguém da doença do alcoolismo. Conheço, inclusive, uma mulher que recebeu esse milagre de Deus. Só conheço essa pessoa, e ninguém mais!

Assim, na enorme maioria das vezes, Deus operará a libertação de alguém em relação ao alcoolismo dando-lhe a graça de evitar o primeiro gole. Desta maneira, a pessoa passa a conviver com a doença dia a dia, evitando o primeiro gole, abstendo-se de álcool, renunciando, por amor, a ingestão de qualquer bebida alcoólica, porque, portadora de uma adicção grave, sabe que, uma vez recaindo no consumo do álcool, afasta-se da graça de Deus, e todo o inferno volta!

É bom que se diga também que Deus não criou uma "lei da doença do alcoolismo"! Sabemos que a morte e todas as doenças entraram no mundo, na humanidade, porque o homem e a mulher afastaram-se de Deus, que é a Vida. E quem se afasta da Vida chega à morte e a todos os seus desdobramentos, conforme nos diz a Carta aos Romanos: "Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram" (Rm 5, 12). Mas sabemos também que Jesus nos salvou: "Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova" (Rm 6, 4).

Um gigante na evangelização já experimentou este tipo de libertação que se dá pelo acolhimento diário da graça de Deus, uma constante reescolha do Amor: "Foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força" (II Cor 12, 7-9).

Nem eu nem você podemos afirmar com certeza que espinho na carne São Paulo tinha. Não podemos dizer categoricamente o que o feria tanto que o fez rogar a Deus três vezes para libertá-lo. Mas Deus, como disse o próprio Apóstolo, não retirou esse espinho na carne. Deu-lhe mais, deu-lhe tudo: sua graça para conviver com esse espinho na carne!

Para o doente alcoólico, este espinho na carne, este anjo de Satanás que o esbofeteia, livrando-o do perigo da vaidade, do orgulho de achar que pode viver sem Deus, é o alcoolismo. Esbofeteia-o, coloca-o no chão, na lama, porque a doença, antes de matar, desconfigura o ser humano! Mas, milhões de doentes alcoólicos no mundo inteiro têm acolhido a graça da sobriedade a cada dia, a cada 24 horas. Têm experimentado o poder de Deus, a força de Deus, na sua carne, na sua fraqueza mais profunda, que é o alcoolismo. Têm convivido com este espinho na carne, o qual atrai toda a misericórdia de Deus, que basta!

É assim que Deus tem operado maravilhosas libertações por meio da irmandade de Alcoólicos Anônimos. Libertações de ingerir álcool a cada 24 horas, dando a graça a muita gente de, durante aquelas 24 horas, não ingerir o primeiro gole. Amanhã ? Bem, o amanhã, como tudo mais, pertence a Deus! Hoje, basta a graça de Deus!

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Imagem: http://www.sxc.hu/photo/920958

Como diagnosticar o alcoolismo

Continuando a série de artigos sobre alcoolismo, veremos a seguir uma ajuda no diagnóstico da doença. Obviamente, algo complexo como a adicção de álcool requer sobretudo a humildade no processo de descoberta da enfermidade, virtude fundamental para a aceitação do diagnóstico e procura de ajuda para o tratamento.

Uma dessas ajudas, pelas quais Deus tem dado a graça a milhões de alcoólicos de viverem sóbrios, é a entidade de Alcoólicos Anônimos, "uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo" (definição contida no "site" oficial do A.A.).

No "site" dessa entidade, há as "12 perguntas", ponto de partida para o diagnóstico da doença, nas quais nos baseamos para ajudar você ou algum familiar seu na identificação dessa enfermidade. Como já foi dito, é fundamental a humildade. O alcoolismo é uma doença, e assim deve ser encarado e tratado!

1) Você já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), e não conseguiu atingir este objetivo ?

Comentário de A.A.: "Muitos de nós "largamos a bebida" muitas vezes antes de procurar A.A. Fizemos sérias promessas aos nossos familiares e empregadores. Fizemos juramentos solenes. Nada funcionou até que ingressamos em A.A. Agora não lutamos mais. Não prometemos nada a ninguém, nem a nós mesmos. Simplesmente esforçamo-nos para não tomar o primeiro gole hoje. Mantemo-nos sóbrios um dia de cada vez."

2) Você se ressente com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo(a) parar de beber ?

Comentário de A.A.: "Muitas pessoas tentam ajudar os bebedores-problema. Porém, a maioria dos alcoólicos ressente-se com os "bons conselhos" que lhes dão. (A.A. não impõe esse tipo de conselho a ninguém, mas, se solicitados, contaríamos nossa experiência e daríamos algumas sugestões práticas sobre como viver sem o álcool.)"

3) Você já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra também alcoólica ?

Comentário de A.A.: "Sempre procurávamos uma fórmula "salvadora" de beber. Passamos das bebidas destiladas para o vinho e a cerveja. Ou confiamos na água para "diluir" a bebida. Ou, então, tomamos nossos goles sem misturá-los. Tentamos ainda beber somente em determinadas horas. Porém, seja qual for a fórmula adotada, invariavelmente acabamos embriagados."

4) Você tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses ?

Comentário de A.A.: "A maioria de nós está convencida (por experiência própria) de que a resposta a esta pergunta fornece uma chave quase infalível sobre se uma pessoa está ou não a caminho do alcoolismo, ou já se encontra no limite da "normalidade" no beber."

5) Você inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas ?

Comentário de A.A.: "É óbvio que milhões de pessoas podem beber (às vezes muito) em seus contatos sociais sem causar danos sérios a si mesmos, ou a outros. Você parou alguma vez para perguntar-se por que, no seu caso, o álcool é, tão frequentemente, um convite ao desastre ?"

6) Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses ?

Comentário de A.A.: "Todos os fatos médicos conhecidos indicam que o alcoolismo é uma doença progressiva. Uma vez que a pessoa perde o controle da bebida, o problema torna-se pior, nunca desaparece. O alcoólico só tem, no fim, duas alternativas: (1) beber até morrer ou ser internado num manicômio, ou (2) afastar-se do álcool em todas as suas formas. A escolha é simples."

7) A bebida já criou problemas no seu lar ?

Comentário de A.A.: "Muitos de nós dizíamos que bebíamos por causa das situações desagradáveis no lar. Raramente nos ocorria que problemas deste tipo são agravados, ao invés de resolvidos, pelo nosso descontrole no beber."

8) Nas reuniões sociais em que as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras ?

Comentário de A.A.: "Quando tínhamos de participar de reuniões deste tipo, ou nos "fortificávamos" antes de chegar, ou conseguíamos geralmente ir além da parte que nos cabia. E, frequentemente, continuávamos a beber depois."

9) Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer ?

Comentário de A.A.: "Iludir a si mesmo parece ser próprio do bebedor-problema. A maioria de nós que hoje se encontra em A.A. tentou parar de beber repetidas vezes sem ajuda de fora, mas não conseguiu."

10) Você faltou ao trabalho durante os últimos doze meses por causa da bebida ?

Comentário de A.A.: "Quando bebíamos e perdíamos dias de trabalho na fábrica ou no escritório, frequentemente procurávamos justificar nossa "doença". Apelamos para vários males para desculpar nossas ausências. Na verdade, enganávamos somente a nós mesmos."

11) Você já experimentou alguma vez "apagamento" durante uma bebedeira ?

Comentário de A.A.: "Os chamados "apagamentos" (em que continuamos "funcionando" sem contudo podermos lembrar mais tarde o que aconteceu) parecem ser um denominador comum nos casos de muitos de nós que hoje admitimos ser alcoólicos. Agora sabemos muito bem quais os problemas que tivemos nesse estado "apagado" e irresponsável."

12) Você já pensou, alguma vez, que poderia aproveitar muito mais a vida se não bebesse ?

Comentário de A.A.: "A.A., em si, não pode resolver todos os seus problemas. No que se refere, porém, ao alcoolismo, podemos mostrar-lhe como viver sem os "apagamentos", as ressacas, o remorso ou o desconsolo que acompanham as bebedeiras desenfreadas. Uma vez alcoólico, sempre alcoólico. Portanto, nós em A.A. evitamos o "primeiro gole". Quando se faz isto, a vida se torna mais simples, mais promissora e muitíssimo mais feliz."

Resultado: Você respondeu "sim" quatro vezes ou mais ? Se isto aconteceu, é provável que você tenha um problema sério de bebida, ou poderá tê-lo no futuro.

Comentário de A.A.: "Por que dizemos isto ? Somente porque a experiência de milhares de alcoólicos recuperados nos ensinou algumas verdades básicas a respeito dos sintomas do alcoolismo, e de nós mesmos. Você é a única pessoa que poderá dizer, com certeza, se deve ou não procurar o A.A. Se a resposta for "sim", teremos satisfação em mostrar-lhe como conseguimos parar de beber. Se ainda não puder admitir que você tem um problema de bebida, não faz mal. Apenas sugerimos que você encare sempre a questão com mentalidade aberta. Se algum dia você precisar de ajuda, teremos a satisfação em recebê-lo(a) em nossa irmandade."

Por fim, repasso o endereço e os telefones de A.A. em Fortaleza, retirados do citado "site" dessa entidade: Rua do Rosário, 94, Altos, CEP 60.055-090, telefones: (85) 3231.2437 / 3253.7006 (www.aaceara.org.br).

Nos próximos "posts", escreverei um pouco mais sobre alcoolismo, para que, anunciando a Verdade, o Senhor opere sua libertação!

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Alcoolismo: a doença passo a passo


A partir desta postagem, escreverei alguns artigos sobre alcoolismo, doença que vitima tantas pessoas, tantas famílias!

Doença! Sim, a primeira coisa que deve ser dita sobre o alcoolismo é isto. E quem diz isto não sou eu apenas. É a Organização Mundial da Saúde (O.M.S.), a qual, no ano de 1967, na 8a conferência Mundial de Saúde, incluiu o alcoolismo na Classificação Internacional das Doenças (CID-8). Atualmente, a vigente CID-10 traz em seu Capítulo V (F-10 a F-19) a descrição das Desordens Mentais e Comportamentais Devidas ao Uso do Álcool, em inglês: mental and behavioural disorders due to use of alcohol .

Isto é muito importante que se diga porque muitas pessoas associam o alcoolismo como falta de responsabilidade, opção livre da pessoa, como se alguém pudesse escolher livremente ser alcoólatra! Então, são ditas aquelas frases típicas: "Isto é sem-vergonhice, falta de responsabilidade!", "Isto é mau-caratismo, vagabundagem!"

Infelizmente, a ignorância (o desconhecimento) leva ao preconceito, atitude que não ajuda o doente, o adicto de álcool, tampouco os familiares deste.

Então, qual a causa do alcoolismo ? Diversos fatores são decisivos para esta adicção (ou adição, termo correto para se referir ao alcoolismo, segundo a O.M.S.). Como uma doença eminentemente da alma (não existe e ninguém pega o "vírus" do alcoolismo!), esta adicção tem uma natureza psíquica, além de física e espiritual. Assim, como doença psíquica deve ser admitido e tratado. Todavia, não se conhecem as causas específicas do alcoolismo. Alguns atribuem sua causa a fatores genéticos (um gene presente em algum ancestral (pai, avô, bisavô etc.) seria o responsável pela doença). Outros afirmam que é uma doença de origem comportamental, que se adquire "vivendo", através da influência da educação dos pais, dos problemas vividos com eles, da interação com os amigos, dos traumas etc. Por fim, há pessoas que veem uma causa espiritual para o alcoolismo.

Na verdade, cada vez mais se percebe a tendência de conjugar todos esses fatores como geradores do alcoolismo. Por isto, não se pode tratar simploriamente algo tão complexo.

De início, qualquer tratamento só pode ser iniciado quando o adicto de álcool se reconhece doente. Isto é fundamental! Não adianta o familiar "passar na cara" que a pessoa tem problema com álcool, que deve parar de beber, que precisa "criar juízo", que necessita assumir sua responsabilidade! Não! Somente quando o próprio alcoólatra reconhece-se portador de uma doença, ele pode iniciar o tratamento. Ele ou ela! Ninguém pode tratar o alcoólatra! Ninguém é responsável por ele ou ela parar de beber! Isto também é muito importante que se diga porque os familiares de uma pessoa alcoólatra desenvolvem também uma codependência afetiva em relação ao doente. Acham-se culpados quando o alcoólatra bebe. Frases do tipo: "Ele só foi beber porque fui grosseira com ele!" ou "Ele bebe porque também esses amigos de bar não o deixam em paz!" são grandes falácias, não condizem com a realidade da doença. Ele foi beber porque ele é doente! Se chover, ele pode dizer que bebe para "esquentar"! Se faz calor, é para "refrescar"! E por aí vai. Mas o doente bebe porque é alcoólatra, porque é portador da doença do alcoolismo e nada mais!

É próprio da personalidade alcoólatra gerar no outro, sobretudo nos seus familiares, o sentimento de culpa, para que ele ou ela continue a não assumir a própria doença. O doente também, quando não aceita sua condição, atribui sua compulsão pela bebida a diversos fatores. Engana-se de várias formas. Quando as consequências tornam-se mais graves, troca de bebida, muda de bar, faz paradas forçadas por alguns dias, promete aos outros e a si mesmo que não vai mais beber tanto, ou mesmo que vai deixar de beber. Com o tempo, recai. Vem o sentimento de culpa, e assim a doença vai se tornando mais séria.

Sim, a doença progride! Por isto, é importante reconhecê-la e tratá-la logo. E como reconhecê-la ? O que leva alguém a admitir-se dependente do álcool ? Para muitos alcoólatras foi o chamado "fundo de poço" que os ajudou na admissão da doença. Mais uma vez, os familiares, infelizmente, não ajudam o doente. É típico ver esposas indo buscar seus maridos no bar; mães tentando "trancar" filhos alcoólatras, maiores de idade, em casa; filhos pedindo aos seus pais que parem de beber. Obviamente, a dor dos familiares é grande, somada ao estigma social do alcoolismo, que gera nessas pessoas muita vergonha e medo, além do devastador sofrimento. Assim devem ser vistas essas atitudes, na misericórdia de Deus. Todavia, mais uma vez, é bom dizer: alcoolismo é uma doença! Nada do que um familiar faça ou deixe de fazer, exceto a oração para que o doente se reconheça assim, pode ajudar o alcoólatra.

Aliás, é difícil o que vou dizer para quem vive esta realidade na sua família, mas é a verdade: deve-se deixar o alcoólatra no bar, onde ele estiver, sem querer interferir quando ele toma aquele "porre", porque, somente assim, existe a possibilidade do doente ver-se doente, do dependente admitir que precisa de ajuda terapêutica. Quantas vezes a esposa, a mãe, o pai ou o filho foi buscar o familiar alcoólatra no bar e isto não resolveu nada, e ele ou ela continua a beber ?

Uma das características mais fortes da doença do alcoolismo é a autopiedade. O alcoólatra é uma pessoa que sente pena de si mesmo e quer e consegue gerar constantemente este sentimento naquelas pessoas que o cercam. Requer a todo tempo máxima atenção, não quer resolver nada sozinho. Aliás, cria situações para que os outros resolvam, como buscá-lo num bar após uma bebedeira, como eu disse antes. Compactuar com tal situação só distancia o doente do início do tratamento, porque sua mente alcoólica pensa, mesmo que inconscientemente, assim: "Posso fazer sempre isto, porque sempre alguém resolve para mim!" E ele ou ela continua bebendo!

É fácil deixar o esposo ou a esposa no bar ? É fácil não dar atenção ao filho que chegou alcoolizado de manhã ? É fácil ver o pai ou a mãe com bebida escondida em todo canto da casa e não dizer nada ? Claro que não! Mas tentar resolver o problema, achando-se responsável por ele ou por ela não adianta!

Como eu disse, somente a oração de intercessão para que o doente se reconheça como tal pode dar frutos.

Também não se deve pensar que o fato de deixar o alcoólatra no bar ou não falar nada quando ele ou ela chega embriagado em casa seria falta de caridade. Não! O amor não é somente sim! É não também! Este "não" vai se constituir num silêncio, na vivência da graça da paciência histórica, no total abandono e confiança em Deus, o único que pode derramar sobre o alcoólatra a graça de admitir que é doente e que precisa de ajuda.

Nos próximos artigos, falarei mais sobre este tema, sobre como reconhecer a doença, as formas de tratamento do alcoolismo, sobre como a família também deve se tratar. Para isto, é importante que você comente este artigo, faça perguntas, interaja comigo, para que Deus cada vez mais faça brilhar sua luz sobre aquilo que são trevas.

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Codependência afetiva: uma ameaça à amizade do casal


Um dos fenômenos que mais afligem os relacionamentos é a codependência afetiva. Muitas pessoas são afetivamente codependentes e desconhecem isto. Vivem seus relacionamentos em meio a brigas, sentimentos de culpa, chantagens sentimentais, mas não conseguem enxergar a raiz desse problema, a fim de buscar uma solução.


Hoje veremos um pouco as características da codependência afetiva, sobretudo no âmbito do relacionamento afetivo homem-mulher, seja no namoro, noivado ou matrimônio, mas com ênfase maior a este último.


É próprio do relacionamento afetivo entre um homem e uma mulher o fato de ambos se quererem, desejarem-se, terem a vontade de estar próximos, mas, quando se vive uma codependência afetiva, esta vontade passa a construir para o outro e para si uma verdadeira prisão, da qual não se quer nem se deixa escapar. Esta é uma das principais consequências da codependência afetiva, a qual é na verdade uma desordem compulsiva que deforma o relacionamento, fazendo dele um "lugar" de controle e dominação. Ao invés do casal crescer na amizade, tão necessária a um relacionamento maduro e equilibrado, ambos definham pela concupiscência do poder, que escraviza, que anula o outro. Dentro da relação, há força e fraqueza, agressividade e dependência.


Todavia, não podemos dizer que, em uma relação onde há codependência afetiva, uma pessoa seja exclusivamente "o fraco" (dependente) e o outro, "o forte" (agressivo), mas há sem dúvida aquela pessoa que tende mais a dominar e aquela que tende mais a se deixar dominar.


Vários são os motivos da codependência afetiva, como predisposições genéticas, fatores familiares e realidades espirituais. Todos eles geram carências e inseguranças, campo fértil para a codependência afetiva.


Eis dez características das personalidades dependente ("a fraca") e agressiva ("a forte") na codependência afetiva:


A personalidade dependente




  • Não assume as responsabilidades próprias do relacionamento (seja no namoro, no noivado ou no matrimônio), esperando sempre do outro a resolução de quaisquer problemas, a tomada de iniciativas e decisões.

  • Apresenta uma enorme necessidade de aprovação e afeição por parte dos outros, o que faz o dependente buscar sempre agradá-los, não discordar de seus pontos-de-vista, sobretudo se estes são postos de maneira forte pela parte agressiva da relação.

  • Não consegue enfrentar crises sem requerer extremo cuidado por parte da pessoa de personalidade agressiva ("o forte"), atribuindo ao outro a culpa e a responsabilidade pela solução da crise.

  • Requer sempre da outra pessoa elogios, "aplausos", concordância, porque não consegue "andar" sem essas "bengalas".

  • Pauta o vestir, o falar, o comportar-se pela opinião do outro. Às vezes requer a opinião da outra parte inclusive em temas banais, como a escolha de roupas para usar em determinadas ocasiões.

  • Muda de humor se a outra parte também alterou seu humor. Pensa logo que a outra pessoa tem algo contrário a si, que não gostou de algo que ele(ela) fez ou disse. Não admite que a outra pessoa possa estar num dia ruim, cansativo.

  • Tem dificuldades para dizer não a pedidos da parte agressiva, para jamais contrariá-lo(a), mesmo que isto interfira na sua vida profissional, espiritual.

  • Permite que seu valor seja dado pelo que a outra pessoa pensa. Não consegue ver seu valor por si mesmo(a).

  • Sufoca afetivamente a outra pessoa com uma presença constante em sua vida, acompanhando todos os seus passos, vivendo em função dele(a).

  • Quando percebe que a outra pessoa, de alguma maneira, quer "respirar", inicia uma verdadeira "campanha" de chantagens sentimentais para que o(a) outro(a) jamais se afaste, para que ele(a) continue dando-lhe excessivo cuidado e extrema atenção.


A personalidade agressiva

  • Centraliza-se em si mesmo(a), possuindo uma vontade própria exacerbada, não cedendo em nada na relação.

  • Assume todas as responsabilidades do relacionamento (seja no namoro, no noivado ou no matrimônio), resolvendo quaisquer problemas, tomando iniciativas e decisões.

  • Dificilmente, na relação, a vontade da outra parte prevalece, pois sua vontade (a da pessoa agressiva), mesmo quando não é imposta, é sutilmente apresentada como a melhor, sempre!

  • Não respeita os próprios limites, praticamente nunca dizendo não a pedidos dos outros, pois considera-se "o(a) forte", mesmo que chegue a se esgotar física, psíquica e espiritualmente.

  • Dita o vestir e o comportar-se do outro, sempre convencendo-o(a) de que assim é melhor para ele(a).

  • Como se coloca numa posição de ser responsável por tudo e por todos, sente-se extremamente culpado(a) por qualquer problema que ocorra, mesmo sabendo que não foi sua ação que causou isso.

  • É extremamente desconfiado(a) em relação aos outros, porque não admite erros, e acha que os outros erram demais, mas ele(a) nunca erra!

  • Quando chega ao ápice do estresse, "explode", permite-se distribuir farpas para todos, porque se acha sempre "o(a) correto(a) e justo(a)".

  • Quando começa, por algum motivo, a querer "respirar" na relação, sente-se culpado(a) por achar que está abandonando a pessoa dependente ("a fraca"), o que, mais uma vez, escraviza-o(a) no relacionamento.

  • Reclama sempre que a outra pessoa não tem iniciativa em nada, mas nunca deixa o menor espaço sequer para que o outro faça alguma coisa. Sempre toma a frente, nunca sabe esperar, nunca confia no potencial do(a) outro(a). Aliás, justifica o estar sempre à frente por causa da "fraqueza" do(a) outro(a).


Obviamente, podemos perceber algumas características diferentes, de acordo com cada casal, mas, em geral, as acima listadas aparecem, em sua grande maioria, naqueles que vivem uma codependência afetiva.

Outro aspecto importante: De início, o relacionamento entre uma pessoa dependente e uma agressiva parece constituir o "par perfeito", pois um tem o que o outro "precisa", mas, com o tempo, surgem sentimentos de raiva e frustração, o que pode arruinar a relação, se a codependência não for tratada psíquica e espiritualmente. Quando se começa a perceber tais sentimentos, é sinal também que se quer libertar-se, ótima oportunidade para tornar a relação verdadeiramente sadia.

Como os codependentes afetivos encontram-se numa "prisão" psíquica e espiritual, necessitam buscar ajuda, de preferência através da Logoterapia*, e de acompanhamentos espirituais por sacerdotes que compreendam o tema ou por leigos de Novas Comunidades acostumados a acompanhar estes casos.

Por fim, quem vive no matrimônio a realidade da codependência afetiva pode encontrar nesta situação uma ótima oportunidade para amar o outro e buscar, juntos, a libertação, que só Cristo opera, sem desistir da pessoa a quem prometeu amar na saúde e na doença. Pode também fazer da I Cor 13, 4-8a seu texto de cabeceira, meditando sobre aquilo em que consiste o único e verdadeiro amor.

Shalom!

Álvaro Amorim.

Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

*"única teoria psicológica compatível com a doutrina católica" (cf. As Bênçãos Papais para Viktor Frankl, in Cultura e Fé. Porto Alegre. Ano 30, n. 117, abr/jun 2007, pp. 49-56)


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