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As coisas terrenas

Será que devemos viver as coisas terrenas com pouca intensidade ? Elas são boas ou ruins ?
Quem trilha um caminho em Deus já deve ter se deparado com estes questionamentos. Na própria vida de oração, mediante a qual nos voltamos para aquele que nos transcende, que está além de nós mesmos, podemos pensar que só o Céu importa.
Realmente, somos cidadãos do Céu, pois a vida aqui vai passar, e viveremos por toda a eternidade em Deus. De Deus, viemos, nele vivemos e para ele voltaremos um dia.
Mas e as coisas terrenas (seculares), devemos desprezá-las ?
Vejamos o que diz o Livro do Gênesis:
"Deus chamou ao elemento árido terra, e ao ajuntamento das águas mar. E Deus viu que isso era bom." (Gn 1, 10) (Grifei).
O autor sagrado conclui cada versículo que narra a criação com esta expressão: "E Deus viu que isso era bom."
Esta afirmação mostra a bondade das coisas. Em si, elas não são más.
Portanto, tudo o que fora criado por Deus, pelas palavras do próprio Criador, é bom.
O que pode ocorrer é o mau uso das coisas pelo ser humano.
Dou um exemplo: O trabalho, em si, é bom, mas se, ao trabalhar, alguém desrespeita os outros, não age com ética, acaba por corromper aquilo que é bom, que fora criado por Deus.
E sobre o homem e a mulher, o que Deus falou após criá-los ?
Vamos ao Gênesis novamente:
"Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia." (Gn 1, 31) (Destaquei).
Somente depois de criar o homem e a mulher é que Deus "superlativiza" o adjetivo "bom". Agora não é somente "bom", é "muito bom".
Isto mostra que a presença do homem e da mulher em meio a tudo que Deus criou é considerado, pelo próprio Deus Criador, como algo muito bom.
Viver aqui deve ser algo muito bom para qualquer pessoa. Assim Deus quis desde o princípio, porque ele veio para nos dar a abundância da vida, como disse o próprio Jesus:
"Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância." (Jo 10, 10).
Esta abundância não é somente a vida eterna, mas a vida aqui também.
A vida bem vivida aqui, na família, no trabalho, na Igreja, transbordará por toda a eternidade, quando Deus será abundante em todos nós, quando "Deus será tudo em todos" (cf. I Cor 15, 28).
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
 
Imagem: Celebração do Batismo da Clara. 
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente: 
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

A morte: o que é realmente ?

     Pânico, pavor, desolação, insegurança, depressão: estes são alguns dos sentimentos que povoam a mente de quem se vê próximo à morte, ou mesmo de cada um de nós, quando olhamos para o futuro e lembramo-nos desta verdade: não somos eternos, não somos imortais nesta terra!

Como evangelizar os tomés de hoje ?

     
     O capítulo 20 do Evangelho de Jesus Cristo contado por São João é de uma riqueza infinita para nós que temos o carisma Shalom inscrito em nossos corações. Aí se encontra o núcleo bíblico do Carisma, como ensina o Fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo.
     É sobre parte deste capítulo que partilho um pouco com você hoje: Jo 20, 24-29.
     Sempre é bom ler a Palavra de Deus, por isso transcrevo este trecho:
     “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: “Vimos o Senhor.” Mas ele replicou-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!” Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” Disse-lhe Jesus: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!”.”
     O que ocorreu inicialmente ?
     Como sabemos, Tomé não estivera junto aos outros discípulos quando da aparição de Jesus na tarde daquele domingo que mudou a história da humanidade — o Domingo da Ressurreição de Cristo.
     A cronologia bíblica do Domingo da Vida é a seguinte:
     1. Maria Madalena vai ao sepulcro de manhã cedo (Jo 20, 1).
     2. Madalena relata o fato do túmulo estar vazio a Pedro e João (Jo 20, 2).
     3. Pedro entra na sepultura e vê os panos postos no chão (Jo 20, 6).
     4. Pedro e João voltam para suas casas, pois não haviam entendido ainda a Escritura sobre a ressurreição de Jesus (Jo 20, 9-10).
     5. Maria Madalena permanece no lado de fora do sepulcro (Jo 20, 11).
     6. Jesus aparece a Madalena (Jo 20, 14-16).
     7. Jesus envia Madalena para anunciar a Ressurreição aos outros discípulos (Jo 20, 17).
     8. À tarde, Jesus aparece aos discípulos, entre os quais não se encontrava Tomé (Jo 20, 19).
     9. Os outros discípulos anunciam a Tomé que viram Jesus ressuscitado, mas ele não crê nesse anúncio (Jo 20, 25).
     10. No domingo seguinte, Jesus aparece aos discípulos, incluindo Tomé, o qual finalmente crê e manifesta sua fé no Cristo ressurrecto da forma mais completa e bela de todo o Evangelho: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 26-28).
     A partir dos dados apresentados pela Sagrada Escritura, podemos então tecer alguns comentários sobre a pessoa de Tomé, fazendo um paralelo com o homem e a mulher de hoje, em vistas de melhor realizarmos o sentido de nossas vidas: evangelizar.
     Vejamos o quadro comparativo:
Tomé
Homem e mulher de hoje
Não está junto à comunidade de fé, fato que o priva do encontro com Jesus ressuscitado.
Rejeitam a Igreja, não a vendo como lugar da presença de Jesus vivo.
Mesmo tendo os outros discípulos lhe anunciado a Ressurreição de Jesus, não crê, assumindo uma postura materialista, cética, com olhar exclusivamente natural.
Necessitam crer que Jesus está vivo no meio de nós. Precisam ter um olhar espiritual e não balizar a verdade apenas pelos limites da ciência, negando a fé, requerendo muitas vezes a comprovação das verdades de fé por meios materiais, através de sinais naturais, fechando-se ao sobrenatural.
     Mas então, veio a grande “virada” na vida de Tomé, seu “turning point”, como diz a Emmir Nogueira, sabedoria esta que deve inspirar quem quer evangelizar o homem e a mulher de hoje. Qual seja: Tomé junta-se aos outros discípulos, à comunidade de fé, o que lhe proporciona experimentar pessoalmente o choque maravilhoso do encontro com Jesus ressuscitado. Tomé faz a experiência que os outros tinham feito e dá um salto qualitativo enorme em sua vida: vai da descrença inicial ao privilégio de tocar o Cristo, deixa a postura de incredulidade e passa a ser homem de fé!
     Portanto, o anúncio de Jesus ressuscitado que passou pela cruz deve necessariamente querer levar os tomés de hoje a terem um encontro pessoal com o Cristo, único meio de transformação do homem e da mulher descrentes, incrédulos, em pessoas de fé, em seres completos, em gente feliz!
     Na verdade, a exigência de Tomé para ver nas mãos de Jesus o sinal dos pregos, pôr seu dedo no lugar dos pregos e introduzir sua mão no lado traspassado de Cristo, não somente revela descrença, mas também esconde, de forma inconsciente, o mais íntimo desejo de toda pessoa humana: tocar o divino, unir-se a Deus.
     A sede desvairada do homem e da mulher hodiernos esconde na realidade uma das mais belas verdades agostinianas: o coração do homem só se aquieta em Deus, isto é, só encontra a paz naquele que é a própria Paz, o Shalom do Pai para a humanidade.
     Com a realização desse encontro, o homem e a mulher de hoje, antes conduzidos pelos “senhores” tiranos do relativismo, do ateísmo e do desamor, passam a ter como único Senhor e Deus de suas vidas aquele que é manso e humilde de coração, que é a própria vida, o Bom Pastor: Jesus Cristo!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Lectio divina: Pela nossa fé em Jesus Cristo, temos a vida eterna!


     
     Vivamos a nossa lectio divina da manhã!
     Para isto, você deve saber em que consiste esta oração, lendo o artigo "Ano novo, vida nova!" 

     1º degrau: Leitura.
     Abra a sua Bíblia na Primeira Carta de São João, capítulo 5, versículo 5. Nossa lectio divina irá até o versículo 13.
     Vamos ler a leitura do dia de hoje: Primeira Carta de São João, capítulo 5, versículos 5 a 13:

     “5.Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6.Ei-lo, Jesus Cristo, aquele que veio pela água e pelo sangue; não só pela água, mas pela água e pelo sangue. E o Espírito é quem dá testemunho dele, porque o Espírito é a verdade. 7.São, assim, três os que dão testemunho: 8.o Espírito, a água e o sangue; estes três dão o mesmo testemunho. 9.Aceitamos o testemunho dos homens. Ora, maior é o testemunho de Deus, porque se trata do próprio testemunho de Deus, aquele que ele deu do seu próprio Filho. 10.Aquele que crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus. Aquele que não crê em Deus, o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11.E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12.Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13.Isto vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do Filho de Deus.”

     Agora leia novamente este texto bíblico por mais 4 vezes, procurando perceber o que a palavra diz.
     Esta palavra fala da nossa esperança: a vida eterna em Deus, que nos foi dada por Jesus Cristo!
     Pela nossa fé em Jesus Cristo, temos a vida eterna, a morte já não tem mais a última palavra, mas a vida nos foi dada por Cristo Jesus!

     2º degrau: Meditação.
     O que o texto diz para mim ?
     “Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho.” (I Jo 5, 11).
     Não viveremos para sempre nesta Terra, somos estrangeiros aqui, o Céu é o nosso lugar, é a nossa morada definitiva! O que são 80, 90 anos, diante da vida eterna, de viver para sempre em Deus, na felicidade plena, sem lágrimas, sem dor, sem sofrimento ?
     E esta vida, nós já podemos saboreá-la um pouco aqui na Terra, vivendo unidos a Jesus Cristo, vivendo da Eucaristia diária, na qual somos comungados pelo Senhor, inseridos em seu coração traspassado de amor e, daí, adentrados no seio da Santíssima Trindade, nosso Deus de amor!
     Por meio desta palavra, o Senhor nos chama concretamente a nos alimentarmos dele diariamente na Sagrada Eucaristia, após termos recebido o seu perdão no sacramento da reconciliação.
     É isto o que a palavra de Deus me diz hoje: confissão e Eucaristia! Vida eterna já antecipada aqui na Terra, pela graça de Deus!

     3º degrau: Oração.
     Qual a minha resposta a Deus mediante esta palavra ?
     Senhor, hoje, com a tua graça, eu procurarei um sacerdote e confessarei meus pecados para menos indignamente te receber no sacramento da Eucaristia e assim poder viver um antegozo das delícias do Céu!
     Sim, Jesus, meu coração deseja algo grandioso, um amor maior que eu! Meu coração te deseja, meu Deus!

     4º degrau: Contemplação.
     Na contemplação, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, Jesus Cristo, o filho de Maria Santíssima, opera a nossa salvação!
     Podemos orar:
     Jesus Cristo, eu te louvo por tão grande obra de libertação, de cura e salvação que tu operaste agora em mim, no meu coração, na minha vida!
     Posso ver, com a tua graça, o que tu tens preparado para mim: a vida eterna! Posso hoje, também por tua graça, já usufruir um pouco da vida eterna, da felicidade sem fim, ao te receber no sacramento da Eucaristia! [Pausa]
     Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Você já proclamou a Ressurreição ?


Certo tempo atrás, participei de um curso de atualização jurídica. Era uma época de muita provação para nós católicos, porque a grande mídia intensificara sua campanha a favor do aborto, especificamente o aborto de crianças portadoras de anencefalia. Todo o País voltou-se para essa discussão nesse tempo. Nesse período, todos os professores desse curso de atualização, sem exceção, por diversas vezes, comentaram em sala de aula sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca daquele famoso pedido de uma mulher para abortar seu filho que sofria de anencefalia (má-formação cerebral). Isto foi quase um mês inteiro de aula! Eu, sentado do meio para o fim da sala, me contorcia na cadeira, me revirava, mas ficava calado, não intervinha, não me metia, não me posicionava. Cada vez que um professor dizia que o STF havia tolhido a liberdade daquela mulher, não autorizando o aborto, que era um absurdo achar que um feto é um ser humano completo, que ele iria morrer mesmo, que contra fatos não há argumentos, e todo aquele discurso arrogante de muitos da nossa classe do Direito, a maioria esmagadora da turma concordava, meneando a cabeça de modo afirmativo. Eu ficava para morrer! Mas morria mesmo no meu silêncio omisso!
Comecei a pensar: “Nesta sala há uma pessoa que carrega no peito um “tau”! Há um shalonzinho! Que é que eu estou fazendo, meu Deus ?!” Fui rezar! Deus foi contundente, direto comigo, como um bom Pai: “Meu filho, proclame a vida, proclame a minha vitória sobre a morte!”
Depois desta, não tive conversa: copiei da seção “Em Defesa da Vida”, do Portal Shalom (www.comshalom.org.), o testemunho da Ana Cecília sobre o dom da vida da Maria Teresa (“A História de Maria Teresa, anencéfala”), incluí um cabeçalho dirigindo esse testemunho para os colegas e professores, tirei fotocópias e distribuí, não só na minha turma, mas também na turma que estava se preparando para o exame da O.A.B.
As mãos gelaram, o estômago parecia a Sibéria, mas proclamei a Ressurreição. No intervalo, a maravilhosa surpresa do Espírito Santo, que converte as almas: colegas vieram elogiar a minha atitude: “Bacana! É isso mesmo! Muito bom o testemunho! Contra fatos não há argumentos!” Todos, sem exceção, respeitaram o testemunho da Ana Cecília. Não houve uma única crítica. Ninguém se posicionou contra. Nunca mais os professores (juiz federal, procurador da Fazenda Pública, advogado criminalista, procurador de justiça) falaram a favor do aborto de anencéfalos em sala de aula. Houve um respeito impressionante. Deus tocara os corações!
Percebi que a grande maioria da turma era católica, inclusive de ir à missa aos domingos, mas era aquele católico “meia banda”, que silencia nessas horas, que, apesar de uma formação cultural e profissional boa, concorda com o primeiro argumento sem questioná-lo; esquece, como profissional do Direito, que a vida é o bem jurídico que deve ser mais protegido pelo Estado, sobretudo nos casos em que ela, por si só, não pode proteger-se.
Convido você, meu irmão, minha irmã, a fazer o mesmo. Pode imprimir o testemunho da Ana Cecília. Falei com ela e com o Jorge, seu esposo, e eles acharam muito bom o que fiz. Dispuseram-se até a ajudar-me se necessário. Faça cópias do testemunho e distribua-o no seu prédio, no seu trabalho, na sua escola, na sua Universidade. Se forem cem pessoas a recebê-lo, você gastará R$10,00, no máximo (um lanche!), e, para essas cem pessoas, a sua evangelização fará a diferença, e assim poderemos dizer para o Ressuscitado que passou pela Cruz: PROCLAMAMOS A VOSSA RESSURREIÇÃO!
Texto distribuído no curso de atualização jurídica, na íntegra:
PARA OS HOMENS E AS MULHERES DO DIREITO, DA JUSTIÇA, DA VIDA!
"A vida é um mistério! Um mistério de amor! Você que me lê agora, só o faz porque alguém o acolheu em seu ventre, respeitou a sua vida. Talvez não soubesse se você era perfeito, porém permitiu sua existência. Alguém "existiu" (em latim existere – sair de si), sua mãe, para que você existisse. Na verdade é a força do amor que nos faz viver.
A vida. Estudamos para compreendê-la melhor, trabalhamos para vivê-la com mais qualidade, debruçamo-nos sobre teorias, argumentações, filosofias, em busca da felicidade. Indago-me por vezes: sabe o homem o que é a felicidade, quando nega a vida? Aborto! Negação da vida. Digo NÃO ao aborto em qualquer circunstância; com a propriedade daquilo que vivi, afirmo a todas as mulheres do mundo: somos geradoras da vida! Nosso ser mais profundo brada esse grito: Vida! Negando-a, você nega a si mesma!
Impressionam-me as vozes femininas que, lamentavelmente, são propagadoras de um falso bem-estar, da eliminação de um "problema", da interrupção de uma gravidez, ou como estão chamando atualmente, da "antecipação do parto" nos casos de crianças anencéfalas. Sinceramente, vivi esta realidade como mãe de Maria Teresa, bebê anencéfalo, nascido no dia 17 de dezembro do ano 2000. Hoje experimento uma liberdade interior surpreendente, consciência limpa e tranqüila diante dos meus filhos e de todos. Com muita liberdade faço conhecer a pequena Maria Teresa, um sinal de esperança na vida, mesmo nas condições das mais adversas.
Tenho outros três filhos, Ana Karine (15 anos), Felipe José (12 anos) e Maria Clara (9 anos). No início do terceiro mês de gravidez, com doze semanas de gestação, fiz um exame denominado translucência nucal, ultrassonografia, que revela se a criança tem alguma síndrome. Foi detectada uma má-formação grave denominada anencefalia (ausência de cérebro). Somente quando o feto já está completamente formado é possível identificar o problema. Era uma menina!
Apesar do impacto da notícia, nem por um momento ventilei a possibilidade de um aborto. Procurei ter o máximo de informações sobre essa má-formação que, segundo a literatura médica, é uma das mais comuns. O bebê vive apenas horas ou, até no máximo, um a dois dias. Minha mãe deu-me o direito de viver e eu daria também a minha filha esse direito, pensava naquele momento. Não sou árbitro da vida. Deus deu, pois que Ele tire quando for a hora. Cabe a mim a missão de acolher a vida, não importando as condições em que ela se apresenta. Ou será que posso abandonar, ou abreviar a vida do filho para o qual a medicina só prevê dias, ou horas, para viver? Dizem alguns que o bebê anencéfalo sofre quando nasce: Será sofrimento maior que ser arrancado aos pedaços no aborto por sucção, onde o feto é literalmente dilacerado?
Minha gravidez transcorreu normalmente. Fiz pré-natal, tomei as medicações necessárias. Interiormente sofria muito, por saber que minha filha não iria viver; mas procurei viver a sabedoria do dia-a-dia! Pensava: Hoje ela está comigo, por isso vou amá-la com todas as minhas forças. Amanhã, bem... Deus cuidará! Maria Teresa nasceu, chorou forte, admiraram-se os médicos. Seu caso foi considerado muito grave, não havia nenhuma proteção de pele em sua cabeça. Aguardávamos a qualquer momento o seu falecimento.
Passaram-se minutos, horas, dias... E a pequena Maria Teresa vivendo... Foi contemplada por muitos, interpelava as consciências. Como seria possível? Com 19 dias, recebemos alta hospitalar e Teresa foi acolhida em seu lar. Foi alimentada inicialmente por sonda, depois tomava leite materno por colherinha e mamava por alguns minutos. Meus outros filhos cuidavam dela, tomavam-na nos braços, ajudavam-me a banhá-la, sabiam que sua vida seria breve, mas aprenderam a respeitá-la e amá-la. Foram preparados, que passariam pela dor da perda, porém com a dignidade que esse mistério comporta.
Aos 29 de março de 2001, Maria Teresa realizou sua páscoa. Uma grande filha de Deus. Em seus breves, mas preciosos dias, exalou vida, sofreu, mas venceu. Mostra isso para mim, para você, para nós todos que o sombrio discurso do aborto é egoísta, significa fechar-se em si mesmo. Você, que é mãe, não se deixe levar pela onda hedonista, desumanizante, que avassala os corações tirando-lhes a possibilidade de experimentar a alegria de dar a vida, de renunciar-se pelo outro, de ver o amor vencer.
Hoje somos uma família muito mais feliz! Rogo a Deus que ilumine a consciência de nossas Autoridades para decidirem em favor da vida, seja ela como for.
Fortaleza, agosto de 2004 (data do testemunho da Ana Cecília)
Ana Cecília Araújo Nunes
Mestra em Educação Brasileira – Universidade Federal do Ceará
Professora da Universidade Estadual do Ceará 
Membro da Comunidade Católica Shalom"

Shalom!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Jesus Cristo ressuscitou!


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Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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A Eucaristia


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Álvaro Amorim.
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