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Como passei no Concurso do TJ estudando após o edital (2ª parte)


Como eu disse na primeira parte deste artigo, eu precisava “operar” para Deus “cooperar”.
Sim, isto é muito importante: “A fé sem obras é morta” (Tiago 2, 26). Não adiantaria nada eu ter muita fé e ficar inerte, parado, sem estudar. A pedagogia de Deus é muito clara: ele age a partir da nossa ação. Ele quer assim. Deus detesta a preguiça. Por isto, no estudo para o Tribunal de Justiça do Ceará, pautei-me por uma sábia frase de Santo Inácio de Loyola, santo jesuíta como o nosso Papa Francisco: “Temos que fazer tudo como se tudo dependesse de nós, sabendo que tudo depende de Deus”.
Por isto, é essencial ter um método de estudo, um caminho para chegar de modo seguro ao objetivo.
Sei que todos temos características distintas, maneiras diferentes de aprender, mas gostaria de desmitificar algumas “tolices” (tirar o mito) que vi em fóruns de bate-papo sobre concursos ou mesmo em opiniões de alguns “cientistas” dos estudos.
Digo isso muito tranquilamente, pois o meu método serviu muito bem para mim. Não posso me esquecer de que, com a graça de Deus, fui aprovado dentro das 72 vagas, tendo estudado somente após o edital (81 dias de estudo), num concurso cujo número de inscritos foi de 27.005. Portanto, o método que Deus me inspirou foi bastante eficaz, o qual exponho agora, mediante a indicação de 7 coisas que fiz e 7 coisas que não se deve fazer, segundo o que penso:
O QUE FIZ
O QUE NÃO SE DEVE FAZER
Estudar doutrina: É um mito, uma mentira dizer que não se deve estudar doutrina. Fui educado lendo livros, fazendo resumos e explicando para mim mesmo o que estudei. Isto foi essencial para Direito Administrativo, pavor de muita gente em concurso. O livro do Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo foi fundamental para a minha aprovação. Mas não só: Nas outras matérias específicas, a doutrina me deu a “lógica” para acertar questões difíceis.
Assistir às aulas de Informática, do João Antônio (EVP): Para mim, foi perda de tempo. Ele “enrola” muito: dos 30 minutos de aula, passa os últimos 5 pedindo para todo mundo apoiar o “site” dele, não é objetivo e ainda explicou errado uma questão sobre vírus (keyloggers), induzindo-me ao erro. Muito melhor é só resolver questões, não adianta estudar de outra forma, pois não dá para adivinhar o que vai ser cobrado em Informática.
Resolver questões: Realmente, além da doutrina, a resolução de questões é vital! Isto deixa o candidato familiarizado até com a linguagem das questões da prova. Mas, no meu caso, sempre procurava ler a doutrina sobre os temas que mais errava na resolução de questões, para entender mesmo.
Estudar quando se está com sono: Não adianta forçar o corpo, ele tem um limite físico, natural. Quando tinha sono, dormia mesmo. Não forçava. Repelia a ideia de que estava perdendo tempo e, quando acordava, rendia muito mais. Por isso, à noite, estudava das 18h30 às 23h30. Não estudava de madrugada, jamais! Contudo, nos fins-de-semana e feriados, estudava cerca de 12 horas por dia.
Estudar nos fins-de-semana e feriados: Como tive 81 dias de estudo para o concurso, não pude reservar um dia sequer de folga, pois precisava cumprir pelo menos 80% do programa para passar, o que realmente fiz. Dos 20% que não estudei, caiu muito pouco na prova, como Processo de Execução (só 1 questão em Processual Civil).   
Aulas em cursinho: Aqui é muito pessoal. Penso que se perde muito fazendo cursinho: No mínimo 1 hora de deslocamento (ida e volta), além das “piadinhas” tolas de muitos professores, dos comentários sobre o jogo do domingo etc. Respeito quem goste, mas, para mim, é mito! Tendo um bom material de estudo e sendo disciplinado, rende-se muito mais em casa, trancado no quarto de estudo.
Estudar de acordo com o peso das matérias: Nas duas últimas semanas, só estudei as matérias de peso 3 e abandonei as de peso 1. Foi a melhor coisa que eu fiz! Assim, fechei Constitucional e Processual Penal, metade dos pontos das matérias de peso 3.
Pensar muito na concorrência: Isto foi decisivo para mim! Concorrência é mito! Além de ter tido muita fé em Deus, que prometera a minha vaga e cumpriu mesmo, procurei repelir o pensamento no número de inscritos (27.005). Quando vinha a tentação, falava para mim mesmo: “Seremos eu, Deus e a prova, ninguém mais!”
Conversar com a família e explicar a necessidade da ausência durante a preparação para o concurso: Fundamental! Eu, minha esposa e minha filha (na época com 2 anos) conversamos e decidimos juntos que eu me ausentaria da convivência familiar temporariamente em vistas de um bem maior. Isto evitou discussões e incompreensões. Ao contrário, tive todo o apoio das duas, que hoje louvam a Deus comigo pela minha aprovação. É claro que a “Pequenininha” às vezes não compreendia muito, mas minha esposa sempre contornava a situação.
Estudar por resumos: Outro mito! Mais uma vez: respeito opiniões diversas, mas sinceramente, se vou ler doutrina, prefiro uma doutrina boa de verdade, com qualidade, densa, profunda! Acho perda de tempo ler resumos. É preferível escolher um capítulo importante de uma matéria peso 3 e estudá-lo. Fiz assim com “Princípios da Administração Pública” e acertei todas as questões sobre esta matéria na prova.
Estudar a todo tempo: Até no banheiro, lia as leis no celular. Não se pode perder tempo quando se estuda só depois do edital.
Estudar em grupo: Para mim, não dá mesmo! Respeito quem pensa diferente, mas vejo que o estudo deve ser individual e que, diante de dúvidas, o candidato tem todos os meios, sobretudo a Internet, para compreender a matéria.
Estudar no dia da prova: Outro mito que derrubei com a minha experiência pessoal. Como minha prova foi à tarde, estudei a manhã inteira, até a hora do almoço. Acertei 2 questões na prova com este estudo. Existem “cientistas” dos estudos que não recomendam, pois o candidato pode ficar tenso, nervoso! Olha, se a pessoa está tensa, não é por causa do estudo, é por outro fator, o qual deve ser identificado e posto sob a luz de Deus, que dissipa todas as trevas. Pode ser por baixa autoestima, por achar que não tem condições pessoais para passar. O que isto tem a ver com o estudo ? Nada! Neste caso, é orar, ver-se como filho de Deus e entregar esse medo ao Coração de Jesus, lugar da misericórdia, e estudar mesmo! Deus quer que tenhamos coragem, que enfrentemos nossos medos!
Ler livros de autoajuda: Muita gente tem ganhado muito dinheiro com isto! Para mim, esses livros são mitos! O autoconhecimento é muito melhor! A partir de uma experiência verdadeira com Deus, o candidato deve se observar, procurando identificar suas características fortes e as fracas para o estudo. Com coragem, deve perguntar a Deus: “Senhor, como posso melhorar neste aspecto ?” Tenha certeza de que Deus falará à sua consciência, e você corrigirá a tempo alguma fraqueza, transformando-a em força para o concurso. Procedi assim com Direito Processual Penal, que odiava. Deus retirou do meu coração a rejeição à matéria, mostrando-me que há uma certa “lógica” no tema: Acertei todas as questões de Processual Penal da prova.
  
Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.
P.S.: No dia 9 de janeiro de 2015, uma sexta-feira, dia sempre votivo ao Sagrado Coração de Jesus, portanto 10 meses e 21 dias após o início do meu estudo para este concurso (19/2/2014), tomei posse e comecei a exercer o cargo.

Imagem: http://www.freeimages.com/photo/1275249.
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente:
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

Como passei no Concurso do TJ estudando após o edital (1ª parte)

"Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio" (Rm 8, 28).
Cada vez mais constato que esta palavra tem sido o lema da minha vida.
Assim foi também no Concurso do Tribunal de Justiça.
Na verdade, posso tranquilamente afirmar que a cooperação de Deus neste caso foi algo bastante extraordinário, o que eu tenho chamado de “milagre”.
Isto porque havia aproximadamente 7 (sete) anos que eu não estudava para concurso. Estava parado mesmo, só trabalhando e me dedicando à família, realidade de muitos que agora leem este artigo. Mas nunca deixei morrer o desejo de ingressar no serviço público, minha vocação profissional. Só não dava passos nesta direção, isto é, não “operava”, para Deus “cooperar”.
Até que veio um “empurrãozinho” divino.
Era o dia 17 de fevereiro deste ano de 2014, uma segunda-feira. Navegando em um “site” de um jornal, vi a notícia de que o Tribunal de Justiça do Ceará lançara o edital para a realização de concurso público para cargos de servidor. Imediatamente, senti um impulso na minha alma, no meu coração, e disse a mim mesmo: Vou fazer este concurso, agora é a minha vez. Eu vou passar!
Nesse dia 17 e no dia 18, li o edital, delimitei as matérias, organizei o material e elaborei o meu horário de estudo (noutro post, falarei mais sobre meu método de estudo), e no dia 19 de fevereiro de 2014, uma quarta-feira, iniciei a minha preparação para o Concurso do Tribunal de Justiça. Deste dia até a data da prova (11 de maio de 2014), foram precisamente 81 dias.
Como, a meu ver, o normal era que eu não passasse (pouquíssimo tempo de estudo, 7 anos sem estudar para concurso, a concorrência com certeza seria grande etc.), decidi não viver esse momento apenas naturalmente, mas sobrenaturalmente.
Fiz alguns valorosos amigos evangélicos e ateus no meu último trabalho, pessoas de boa vontade, que amam a Deus amando o próximo, por isto respeito sua opinião acerca do que vou falar agora, mas eu mesmo sou testemunha disto: Supliquei, em vistas da realidade da minha família naquele momento, que Nossa Senhora de Fátima intercedesse junto ao Coração de Jesus para que eu passasse, e atribuo minha aprovação a uma intervenção divina, a pedido de Nossa Senhora.
Orava também pedindo que caísse na prova o que eu tinha estudado e que, diante de questões cuja matéria não estudei, eu conseguisse, pela lógica, acertar.
Tudo isso foi necessário e decisivo, haja vista a concorrência para o meu cargo: 27.005 candidatos para 80 vagas (sendo 8 vagas para pessoas com deficiência). Isto mesmo: 337,56 candidatos por vaga! E não se pode esquecer: apenas 81 dias de estudo!
Percebi muitos sinais de que Deus tinha guardado a minha vaga no decorrer desse tempo.
Ao estudar, não tinha praticamente dúvidas, assimilava tudo, parecia que eu vinha estudando há muito tempo, inclusive matérias que só estudei na faculdade (há bastante tempo atrás), como Direito Processual Penal.
Outra coisa: em nenhum momento eu admitia a possibilidade de não passar, nem falava nisso. A fé tomou todo o meu coração.
Deus também se valeu de algumas pessoas nessa empreitada, sobretudo da família.
Era “visível” a presença dele em cada momento.
Até nos momentos mais desafiantes, mais dolorosos, o Senhor estava comigo. Lembro-me de como eu sofria quando, trancado no quarto de estudo, à noite, minha filha de 2 anos “escrevia” (fazia aqueles belos risquinhos) num pedaço de papel e colocava por debaixo da porta, dizendo: “Um cartão pra você, papai!” Aquilo dilacerava minha alma: não poder brincar com minha filha, não conviver com ela por várias noites e fins-de-semana e vê-la, dessa maneira, pedir a minha presença! Só o Coração de Jesus, com a intercessão da Mãe Santíssima, me fazia suportar esse desafio imenso!
E foi precisamente este “serzinho” puro, inocente, cheio do amor de Deus que o Senhor utilizou para consolidar a minha fé na reta final dos estudos e assim partir para a vitória! Isto ocorreu durante a oração semanal da minha família (eu, minha esposa e minha filha), na semana da prova.
Em determinado momento da oração, minha esposa pediu que nossa filha lhe entregasse a Bíblia. Quando minha filha pegou a Palavra de Deus, abriu-se na passagem que diz: “Quando saíres para guerrear contra teus inimigos, se vires cavalos e um povo mais numeroso do que tu, não fiques com medo, pois contigo está o Senhor teu Deus, que te fez subir da terra do Egito” (Dt 20, 1).
Não deu para aguentar: Chorei como um menino! Era a confirmação de que o Senhor estava sim comigo, para que eu enfrentasse um “povo mais numeroso” (27.004 candidatos), com muitos cavalos (maior e melhor preparação).
Oramos muito naquela noite, e parti para a prova como um guerreiro ungido pelo Senhor!
No dia da prova, um domingo da vitória de Cristo sobre a morte, entreguei ao Senhor, pelas mãos de minha mãe Nossa Senhora de Fátima, a resolução de cada questão. E lá na prova, sentado, antes de o fiscal autorizar o início, conversava com Deus, sem saber que o maior presente ainda me seria dado pelo Senhor: Quando o fiscal autorizou, e eu abri a prova, fui logo ver o tema da prova discursiva (redação), que valia 40 dos 220 pontos da prova, decisiva para a aprovação de qualquer candidato.
Lembra-se do lema da minha vida ?
"Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio" (Rm 8, 28). E o Senhor mais uma vez cooperou para o meu bem!
O tema da redação foi “tipos de licitação”, meu trabalho todo santo dia! Nem estudei esse tema, pois sei essa matéria por trabalhar com ela diariamente. Contive o choro e disse: Foi você, Nossa Senhora, que pediu ao Coração de Jesus! Obrigado, Mãezinha!
Quando saiu o resultado, me tranquei no quarto de estudo e coloquei, numa tabela que tinha feito antes, as notas de todos os candidatos, para calcular as médias e classificar da maior para a menor. Feito isto, lá estava meu nome dentro das vagas! Meu Deus, 27.005 candidatos para somente 80 vagas! Que milagre, Senhor! Corri para debaixo do quadro do Coração de Jesus, que está há várias gerações na minha família, e chorei muito! Minha esposa e minha filha, ao ouvirem meu choro, juntaram-se a mim num louvor, num agradecimento a Deus que brotou do mais profundo do nosso coração! Naquela noite, fomos dormir 1h da madrugada.
É, meu irmão, minha irmã, viver com Deus é a melhor coisa da vida! Tudo ganha sentido!
Mais uma vez, agradeço a você, Nossa Senhora de Fátima, e a você, Sagrado Coração de Jesus, por amor tão grande a mim e à minha família! E afirmo, porque sou testemunha viva:
"Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio" (Rm 8, 28).
Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.
P.S.: No dia 9 de janeiro de 2015, uma sexta-feira, dia sempre votivo ao Sagrado Coração de Jesus, portanto 10 meses e 21 dias após o início do meu estudo para este concurso (19/2/2014), tomei posse e comecei a exercer o cargo.

Imagem: http://www.tjce.jus.br/principal/default.asp
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Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

Papa Francisco fala sobre temas polêmicos

Você quer saber o que pensa o Papa Francisco sobre temas polêmicos ?
Clique aqui e assista à entrevista que ele concedeu ao repórter Gerson Camarotti, da Globo News.
Deus abençoe você! Álvaro Amorim.
Imagem: http://www.blogdoconsa.com/2013/04/a-gargalhada-do-papa.html. 
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A renúncia do Papa Bento XVI

Assim que soube do comunicado de renúncia do Santo Padre o Papa Bento XVI, vieram-me duas palavras ao coração: coragem e humildade.
Vejo o Papa como um homem corajoso e humilde diante desse ato.
Como sabemos, o cristianismo prega a eternidade, o "para-sempre", o comprometer a vida toda, até a morte.
Vejam-se, por exemplo, o matrimônio e o sacerdócio cristãos. Quando alguém deixa de ser padre ? Quando morre, pois no Céu não há sacerdotes, a não ser Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote (cf. Hb 4, 14). Quando alguém deixa de ser casado ? Quando morre ou quando seu cônjuge falece (cf. Mt 19, 6).
É óbvio que a renúncia papal está prevista no Direito Canônico, portanto não há irregularidades neste caso, mas, como sabido, não é usual, não é comum. Houve poucas durante toda a história da Igreja, que está acostumada a ver os papas serem sucedidos após sua morte e não em vida, como deverá ocorrer com Bento XVI.
Por isto, é muito corajoso um Papa que renuncia, mesmo havendo previsão jurídico-canônica, haja vista tal ato não ser comum.
Porém, a coragem dessa atitude não se restringe à falta de usualidade da renúncia, mas sobretudo naquilo que ela profundamente guarda: É um ato de um homem que, conhecendo-se à luz de Deus, percebe seus limites, é sabedor de sua verdade, e enfrenta o orgulho mascarado de vergonha, a qual sempre tenta proteger a autoimagem. Não, o Papa Bento XVI não se preocupou com sua autoimagem, como vários líderes religiosos. Não se deixou dominar por aquela pergunta orgulhosa do ego: "O que vão pensar de mim, o que vão falar de mim ?" Foi além do orgulho, enfrentou-o! Fez o que discerniu ser certo, como ele mesmo disse no seu discurso de anúncio da renúncia:
"Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro".
Que coragem de um homem que não teme as "certezas" dos outros, mas age segundo sua consciência perante Deus.
Que humildade de um homem que não esconde seus limites ou tenta disfarçá-los para manter uma pseudo-imagem diante dos outros!
Que coragem de um Papa que mostra a mim e a você que não há problema algum em ser humano, em admitir a humanidade, isto é, quem realmente somos. Que sabe que ser homem ou mulher, com tudo o que isto comporta: virtudes, dons, limites, fraquezas, não se contrapõe ao chamado à santidade, pois Deus nos chama à santidade como somos: homens e mulheres na família, no trabalho, com dons e limites. Ele não nos chama a sermos primeiramente anjos para depois sermos santos. Não!
Um Papa que renuncia ao papado, ao ministério de Pedro, como ele próprio disse, aponta para uma liberdade interior tremenda, para uma plena consciência do amor que Deus tem por ele.
Joseph (José, o primeiro nome do Papa) sabe-se plenamente amado por Deus, tem consciência de que Deus não vai deixá-lo de amá-lo um "milímetro" sequer por causa de sua renúncia. Não é daquelas tristes e escravas pessoas que acham que Deus só as ama se continuam em certas atividades, em compromissos comunitários. "Se faço, se cumpro, se obedeço, Deus me ama e me salvará, não irei para o inferno". Tadinhos(as)! Não entenderam, porque não experimentaram verdadeiramente, o Amor de Deus. Acham que Deus os ama a partir do que fazem e não simplesmente por quem são: filhos de Deus!
Como este exemplo do Vigário de Cristo na Terra será fundamental para as Novas Comunidades, que teimam em pregar coisas do tipo: "Pois é, saiu da Comunidade, não será plenamente feliz. A única via para a santidade é a Comunidade".
Conheço tanta gente profundamente infeliz em vida comunitária, vivendo uma máscara, uma "capa", dizendo que ama a Deus por cumprir regras, mas odiando o próximo mais próximo (cf. I Jo 4, 20).
E conheço muito mais pessoas, inclusive "autoridades", que pregam o medo, o terror, para que os outros nem sequer se questionem se devem permanecer ou não na Comunidade, se foram chamadas por Deus apenas por um determinado tempo, para viver uma missão por certo período de suas vidas, como é o caso de nosso querido Papa Bento XVI.
Sim, há chamados temporários também, não somente os "para-sempre" do matrimônio e do sacerdócio. Às vezes, Deus, em seu amor, quer realizar uma maravilhosa obra valendo-se de certo tempo na vida de alguém, e isto é belo, é grande, é extraordinário. Basta que cada um, como o Papa, perceba-se à luz de Deus e não entre em crise porque outros afirmam o contrário.
Aliás, no início da minha caminhada, aprendi algo muito verdadeiro com uma jovem formadora: "Deus não manda recado, fala pessoalmente a você!"
Assim ele fez com seu filho Joseph (o Papa).
Que Deus o continue abençoando, Papa Bento XVI, homem corajoso e humilde!
Deus abençoe você também!
Álvaro Amorim.
 
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Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com

Prostituta e ladrão podem almoçar com você ?

É impressionante o número de pessoas que vivem uma relação com um deus que não existe, com um ídolo que elas mesmas "criaram" em suas mentes.
Refiro-me especificamente à vivência em algumas novas comunidades. Não vou falar de outras religiões ou realidades.
Vi, nesses quase 12 anos de caminhada, alguns tipos clássicos de fieis, de "vocacionados", de "consagrados".
Um tipo sempre me intrigou: "O certinho". É aquele que nunca viveu no "mundão", que tinha uma vida socialmente "aprovável" antes de fazer parte da comunidade.
Geralmente, esse tipo vê na comunidade uma proteção, como que uma redoma sob a qual ele pode abrigar-se, uma "estrutura" que o livrou para sempre de correr os "riscos" de viver "lá fora".
Aliás, "lá fora", no seu pensar, representa uma ameaça ao seu próprio ser. Portanto, permanecer na comunidade, custe o que custar, é a meta de sua vida, é sua segurança.
Realmente, no Antigo Testamento, podemos ver esse tipo de relação com Deus:
"Ninguém é santo como o Senhor. Não existe outro Deus, além de vós, nem rochedo semelhante ao nosso Deus" (I Samuel 2, 2) (Destaquei).
Como sabido, o rochedo, numa batalha, é um lugar estratégico. De cima dele, pode-se ver todo o vale, preparar-se de forma segura para o inimigo que chega, inclusive surpreendê-lo. É a ideal proteção, segurança, no campo de batalha.
O povo de Israel, cujo caráter beligerante mantém-se até hoje, sabia muito bem a importância de abrigar-se no rochedo durante a guerra.
Não é assim que esse tipo de fiel, "vocacionado" ou "consagrado" vive sua relação com Deus na comunidade ? Como se não tivesse havido a Nova Aliança!
Ai se alguém convidá-lo para um bom show de MPB! Pense! A reação vai ser bem maniqueísta: "Não ando nas coisas do mundo!"
A cabeça desse homem (dessa mulher) da "antiga aliança" funciona assim: "Aqui, na comunidade, é o lugar onde Deus habita, é o lugar "santo". "Lá fora", "no mundo", habita o "cão", o Satanás! Aqui estão os "de Deus", lá fora..."
Isto é puro maniqueísmo: rotular algo, alguém como pertencente ao lado do bem ou ao lado do mal.
Tal comportamento demonstra uma ignorância total, um desconhecimento de quem é o ser humano, tão complexo, tão belo, um mistério, e de como Deus olha para os seus filhos e os ama a todos.
Esse tipo sente-se mal, por exemplo, ao comer à mesma mesa com um espírita ou um ateu, por exemplo. Acha que vai "se contaminar". Ora bem muito antes de se sentar, em silêncio, para não pegar nenhuma "maldição"!
Meu Deus! Que absurdo!
Fico imaginando Jesus, quando andou por esta Terra: À mesa dele sentava-se só gente "certinha", não é mesmo ? Claro que não! Além de prostituta, ladrão, comia com Jesus gente que divergia em algumas questões de fé, como os fariseus, os saduceus. E como Jesus agia ? Orava ao Pai para não "se contaminar", não é ? Ou, então, ficava com medo de alguma "maldição" ? De jeito nenhum! Ele agia normalmente. Aliás, ia muito além: amava-os, acolhia-os!
Vamos à Bíblia para conferir:
"Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem [o próprio evangelista Mateus, chamado originalmente Levi, desonesto cobrador de impostos], numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com ele e seus discípulos" (Mateus 9, 10) (Grifei).
Que exemplo para aqueles "consagrados", "vocacionados" que trabalham com espíritas, com ateus, e chegam para o formador pessoal relatando o "grande desafio!" de trabalhar com "essa gente!"
Que maldito orgulho maniqueísta: "Eu sou bom, eles são ruins!"
Que péssima formação que essas pessoas receberam ou que omissão das novas comunidades ao não formar esses "consagrados", "vocacionados"!
Ah, mas se você perguntar para algum deles como se concretiza diariamente o seu amor a Deus, sabe o que ele vai dizer ? "Eu amo a Deus através da oração pessoal, do estudo bíblico", e aí vai citar uma série de "pontos de regra" para mostrar que "cumpre a lei", que "ama Jesus"!
Você já ouviu falar do Discípulo Amado, não é verdade ? Você sabe que se trata do apóstolo João, o mais novo dos Doze, não é mesmo ? Pois é, de tão amado por Jesus, ele aprendeu como verificar se o amor que alguém diz ter por Deus é verdadeiro ou falso. E ele escreveu isto para mim e para você:
"Se alguém disser: ´Amo a Deus´, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê" (I João 4, 20) (Destaquei).

Deus abençoe você!
Álvaro Amorim.
Imagem: http://www.sxc.hu/photo/1276439.
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As coisas terrenas

Será que devemos viver as coisas terrenas com pouca intensidade ? Elas são boas ou ruins ?
Quem trilha um caminho em Deus já deve ter se deparado com estes questionamentos. Na própria vida de oração, mediante a qual nos voltamos para aquele que nos transcende, que está além de nós mesmos, podemos pensar que só o Céu importa.
Realmente, somos cidadãos do Céu, pois a vida aqui vai passar, e viveremos por toda a eternidade em Deus. De Deus, viemos, nele vivemos e para ele voltaremos um dia.
Mas e as coisas terrenas (seculares), devemos desprezá-las ?
Vejamos o que diz o Livro do Gênesis:
"Deus chamou ao elemento árido terra, e ao ajuntamento das águas mar. E Deus viu que isso era bom." (Gn 1, 10) (Grifei).
O autor sagrado conclui cada versículo que narra a criação com esta expressão: "E Deus viu que isso era bom."
Esta afirmação mostra a bondade das coisas. Em si, elas não são más.
Portanto, tudo o que fora criado por Deus, pelas palavras do próprio Criador, é bom.
O que pode ocorrer é o mau uso das coisas pelo ser humano.
Dou um exemplo: O trabalho, em si, é bom, mas se, ao trabalhar, alguém desrespeita os outros, não age com ética, acaba por corromper aquilo que é bom, que fora criado por Deus.
E sobre o homem e a mulher, o que Deus falou após criá-los ?
Vamos ao Gênesis novamente:
"Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia." (Gn 1, 31) (Destaquei).
Somente depois de criar o homem e a mulher é que Deus "superlativiza" o adjetivo "bom". Agora não é somente "bom", é "muito bom".
Isto mostra que a presença do homem e da mulher em meio a tudo que Deus criou é considerado, pelo próprio Deus Criador, como algo muito bom.
Viver aqui deve ser algo muito bom para qualquer pessoa. Assim Deus quis desde o princípio, porque ele veio para nos dar a abundância da vida, como disse o próprio Jesus:
"Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância." (Jo 10, 10).
Esta abundância não é somente a vida eterna, mas a vida aqui também.
A vida bem vivida aqui, na família, no trabalho, na Igreja, transbordará por toda a eternidade, quando Deus será abundante em todos nós, quando "Deus será tudo em todos" (cf. I Cor 15, 28).
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
 
Imagem: Celebração do Batismo da Clara. 
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O Caminho de Deus é o teu lugar

Uma das canções que mais tocam meu coração é aquela do Walmir Alencar, que diz: "O Caminho de Deus é o teu lugar". Noutra estrofe, a letra diz: "Não importa se tu és pecador", e repete a frase dita acima. Realmente, a misericórdia de Deus supera tudo: vai além dos nossos pecados, da nossa incapacidade de nos vermos como Deus nos vê e do cruel rigor com que não nos perdoamos, por vezes durante longo período, quando Deus já nos perdoou há muito tempo!
Creio que aquele que faz do Caminho de Deus o seu lugar consegue, inobstante as quedas, crescer, amadurecer, ver-se um pouco mais como Deus o vê: com Amor, só Amor, nada além do Amor!
Aliás, esta é a essência de Deus. Portanto, ele não poderia nos ver de modo diferente: "Deus é amor" (I Jo 4, 8).
Meu querido irmão, minha querida irmã, se você hoje não se perdoou, saiba: "Onde você vê uma falta a condenar e a punir, Deus vê uma miséria a socorrer"(1). Ainda que você mesmo(a) diga que não tem mais jeito, saiba: "o Caminho de Deus é o seu lugar".
E qual é o "Caminho de Deus" ? Quem é o "Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6) ?
Pois é: Seu lugar é no Caminho, em Jesus Cristo, no Sagrado Coração traspassado de amor por mim e por você! Entre agora, pela fé, nesse Coração Santo e repouse todo o seu ser no infinito Mar da Misericórdia!
Shalom! Álvaro Amorim. Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

Imagem: www.everystockphoto.com.
(1) Autor desconhecido.

Sempre encontro a ti!

Na minha lectio divina do dia 10 de maio passado, orei com o Evangelho de Jesus Cristo narrado por São João, especificamente com Jo 6, 35: "Quem crê em mim nunca mais terá sede".
Vejo como tenho sede de Deus, tenho sede da Verdade, do Bem, da Felicidade! Para saciar esta sede, basta crer em Jesus Cristo. Aliás, o que do mundo pode saciar plenamente o ser humano ? Nada!
Mas o que é crer nele ? Seria concordar com o que ele diz, seria uma operação intelectual, uma concordância mental ? Não somente. É aderir total e irrestritamente. É uma adesão da pessoa à Pessoa! É uma adesão minha a Jesus Cristo, meu Senhor e meu Deus.
Às vezes, quando o cansaço diário tenta me apartar de viver essa adesão plena, recordo e canto, nesses momentos de fadiga nas vivências familiares e laborais, aquela bela canção dos Focolares: "É impossível".
Cante, ore, na família e no trabalho, a canção que diz: "Olho em tudo e sempre encontro a ti"! Faça dela sua oração nesses momentos, meu querido irmão, minha querida irmã!
Shalom!
Álvaro Amorim.
Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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Lectio divina: Jesus acalma nossas tempestades

     Se você não conhece ainda o maravilhoso método de orar com a Palavra de Deus chamado lectio divina, você pode ler nossos artigos anteriores sobre este tema.
     Hoje, no Evangelho, Jesus apresenta-se aos seus discípulos como Senhor e Deus. Vejamos o trecho bíblico: Mt 8, 23-27.
     “Subiu ele a uma barca com seus discípulos. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos! E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria. Admirados, diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem ?”
     O texto é rico de significados.
     Como você sabe, a Palavra de Deus é, pelo Espírito Santo, atual, para mim e para você, para o hoje da nossa vida.
     Mas o que fala o texto ?
     Jesus entra no barco, que simboliza a sua Igreja, aquela que ele fundou sobre a Rocha, sobre Pedro (cf. Mt, 16, 18), mostrando que Jesus está na Igreja Católica Apostólica Romana, aconteça o que acontecer aos seus discípulos, passem eles pela tempestade que passarem. Ele está no meio de nós, na barca da Igreja que singra os mares bravios deste mundo, mares agitados da perseguição espiritual que a Igreja sofre (cf. Ef 6, 12).
     O texto mostra que Jesus, em meio a toda essa agitação, dorme. Os discípulos sentem assim a aparente indiferença de Deus diante da tempestade. Não é assim comigo e com você ? Às vezes, não parece que Jesus está “dormindo” diante dos nossos desafios ? Mas veja que somente “parece”, “aparenta”, porque a oração dos discípulos como que “acorda” Jesus. É a súplica de quem se reconhece pequeno, incapaz de, por si só, vencer os desafios desta vida e, portanto, precisa de Deus.
     Jesus então exorta seus discípulos, mostrando que a falta de fé gera o medo, pois, sem fé, o homem realmente está sozinho, entregue às suas próprias mãos no meio das tempestades da vida.
     Em seguida, Jesus manifesta o seu senhorio, acalmando a tempestade, trazendo a calmaria, a bonança, o verdadeiro bem para cada homem e mulher.
     Os discípulos assim reconhecem não somente o senhorio de Jesus, mas a sua divindade. Sim! Somente Deus pode intervir no curso normal da natureza e modificá-lo, ou seja, pode fazer milagres. É verdade: Jesus é Senhor e Deus!
     Hoje, meu querido irmão, minha querida irmã, Jesus convida você a viver pela fé nele, a crer que ele é o seu Senhor e Deus, aquele que pode operar verdadeiros milagres na sua vida, no seu casamento, no seu trabalho, na sua vocação.
     Por mais que a sua vida esteja uma verdadeira tempestade de problemas, de incompreensões, de brigas, de discórdia, saiba que Jesus, pela sua oração sincera, leva a calmaria, a bonança, a Paz à sua vida.
     Basta, portanto, orar: Sim, Jesus, tu estás na minha vida e tu vês a tempestade em que ela se encontra. Senhor, salva-me, pois eu estou perecendo, afundando! Vem, Jesus, e manifesta-te, mostra o teu poder, vence essas ondas do mal que querem me afundar! Eu creio em ti, Jesus!
     Pela fé, contemple e já louve por aquilo que Jesus começa a realizar na sua vida, uma verdadeira salvação hoje!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.
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O que é a efusão do Espírito Santo ?

     Neste próximo domingo, celebraremos a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos com Maria Santíssima, no Cenáculo, em Jerusalém (At 2, 1-13).

Como evangelizar os tomés de hoje ?

     
     O capítulo 20 do Evangelho de Jesus Cristo contado por São João é de uma riqueza infinita para nós que temos o carisma Shalom inscrito em nossos corações. Aí se encontra o núcleo bíblico do Carisma, como ensina o Fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo.
     É sobre parte deste capítulo que partilho um pouco com você hoje: Jo 20, 24-29.
     Sempre é bom ler a Palavra de Deus, por isso transcrevo este trecho:
     “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: “Vimos o Senhor.” Mas ele replicou-lhes: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!” Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” Depois disse a Tomé: “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” Disse-lhe Jesus: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem ter visto!”.”
     O que ocorreu inicialmente ?
     Como sabemos, Tomé não estivera junto aos outros discípulos quando da aparição de Jesus na tarde daquele domingo que mudou a história da humanidade — o Domingo da Ressurreição de Cristo.
     A cronologia bíblica do Domingo da Vida é a seguinte:
     1. Maria Madalena vai ao sepulcro de manhã cedo (Jo 20, 1).
     2. Madalena relata o fato do túmulo estar vazio a Pedro e João (Jo 20, 2).
     3. Pedro entra na sepultura e vê os panos postos no chão (Jo 20, 6).
     4. Pedro e João voltam para suas casas, pois não haviam entendido ainda a Escritura sobre a ressurreição de Jesus (Jo 20, 9-10).
     5. Maria Madalena permanece no lado de fora do sepulcro (Jo 20, 11).
     6. Jesus aparece a Madalena (Jo 20, 14-16).
     7. Jesus envia Madalena para anunciar a Ressurreição aos outros discípulos (Jo 20, 17).
     8. À tarde, Jesus aparece aos discípulos, entre os quais não se encontrava Tomé (Jo 20, 19).
     9. Os outros discípulos anunciam a Tomé que viram Jesus ressuscitado, mas ele não crê nesse anúncio (Jo 20, 25).
     10. No domingo seguinte, Jesus aparece aos discípulos, incluindo Tomé, o qual finalmente crê e manifesta sua fé no Cristo ressurrecto da forma mais completa e bela de todo o Evangelho: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 26-28).
     A partir dos dados apresentados pela Sagrada Escritura, podemos então tecer alguns comentários sobre a pessoa de Tomé, fazendo um paralelo com o homem e a mulher de hoje, em vistas de melhor realizarmos o sentido de nossas vidas: evangelizar.
     Vejamos o quadro comparativo:
Tomé
Homem e mulher de hoje
Não está junto à comunidade de fé, fato que o priva do encontro com Jesus ressuscitado.
Rejeitam a Igreja, não a vendo como lugar da presença de Jesus vivo.
Mesmo tendo os outros discípulos lhe anunciado a Ressurreição de Jesus, não crê, assumindo uma postura materialista, cética, com olhar exclusivamente natural.
Necessitam crer que Jesus está vivo no meio de nós. Precisam ter um olhar espiritual e não balizar a verdade apenas pelos limites da ciência, negando a fé, requerendo muitas vezes a comprovação das verdades de fé por meios materiais, através de sinais naturais, fechando-se ao sobrenatural.
     Mas então, veio a grande “virada” na vida de Tomé, seu “turning point”, como diz a Emmir Nogueira, sabedoria esta que deve inspirar quem quer evangelizar o homem e a mulher de hoje. Qual seja: Tomé junta-se aos outros discípulos, à comunidade de fé, o que lhe proporciona experimentar pessoalmente o choque maravilhoso do encontro com Jesus ressuscitado. Tomé faz a experiência que os outros tinham feito e dá um salto qualitativo enorme em sua vida: vai da descrença inicial ao privilégio de tocar o Cristo, deixa a postura de incredulidade e passa a ser homem de fé!
     Portanto, o anúncio de Jesus ressuscitado que passou pela cruz deve necessariamente querer levar os tomés de hoje a terem um encontro pessoal com o Cristo, único meio de transformação do homem e da mulher descrentes, incrédulos, em pessoas de fé, em seres completos, em gente feliz!
     Na verdade, a exigência de Tomé para ver nas mãos de Jesus o sinal dos pregos, pôr seu dedo no lugar dos pregos e introduzir sua mão no lado traspassado de Cristo, não somente revela descrença, mas também esconde, de forma inconsciente, o mais íntimo desejo de toda pessoa humana: tocar o divino, unir-se a Deus.
     A sede desvairada do homem e da mulher hodiernos esconde na realidade uma das mais belas verdades agostinianas: o coração do homem só se aquieta em Deus, isto é, só encontra a paz naquele que é a própria Paz, o Shalom do Pai para a humanidade.
     Com a realização desse encontro, o homem e a mulher de hoje, antes conduzidos pelos “senhores” tiranos do relativismo, do ateísmo e do desamor, passam a ter como único Senhor e Deus de suas vidas aquele que é manso e humilde de coração, que é a própria vida, o Bom Pastor: Jesus Cristo!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Lectio divina: Sou filho de Deus, e assim devo viver!


     Antes de fazermos a nossa lectio divina matutina de hoje, leiamos o artigo "Ano novo, vida nova!", que ensina o método da lectio divina. [Pausa]
     Hoje se conclui solenemente o Tempo do Natal, na celebração do Batismo do Senhor.  Por isto, nossa lectio divina mergulhará nesta maravilha de Deus!  

     1º degrau: Leitura.
     Abra a sua Bíblia no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 10, versículo 34. Nossa lectio divina irá até o versículo 38.
     Vamos ler a segunda leitura do dia de hoje: livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 10, versículos 34 a 38:

     “34. Pedro tomou a palavra e disse: Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, 35.mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo. 36.Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. 37.Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judeia, depois de ter começado na Galileia, após o batismo que João pregou. 38.Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele.”

     Agora leia novamente este texto bíblico por mais 4 vezes, procurando perceber o que a palavra diz.
     Esta palavra fala da unção de Jesus Cristo. Como diz São Pedro, “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder”.
     Jesus é o ungido do Pai. Ele é o Cristo, o Messias, o Salvador! Jesus Cristo tem poder sobre tudo, por isso ele sempre fez e faz o bem. Ele cura, liberta e salva!

     2º degrau: Meditação.
     O que o texto diz para mim ?
     Pelo meu batismo, eu também sou ungido, também recebi o Espírito Santo. Por isto, devo viver como filho de Deus. Devo reconhecer a minha dignidade de filho de Deus,de filho no Filho Jesus Cristo.
     Hoje, por meio de sua palavra, o Senhor me convida a uma vida nova: à vida de filho de Deus, não de filho das trevas, da morte! Sou filho de Deus, e assim devo viver!

     3º degrau: Oração.
     Qual a minha resposta a Deus mediante esta palavra ?
     Senhor, pela graça batismal, sou teu filho! Nada é maior do que isto: nem o dinheiro, nem o luxo, nem minha profissão, nem “status” na sociedade! Nada é maior do que ser teu filho. É esta a minha identidade mais profunda e verdadeira: ser filho teu, meu Deus!
     Retira, Senhor, de mim toda mentalidade contra a minha essência de filho teu! Quero viver como teu filho, como eleito por ti, como irmão de Jesus Cristo, meu Pai!
     Hoje, eu escolho viver como teu filho, na tua casa, a Santa Mãe Igreja, Senhor!

     4º degrau: Contemplação.
     Contemplemos, pela graça de Deus,  o Verbo que se fez carne e habitou no meio de nós!
     Oremos:
     Jesus Cristo, eu hoje volto a viver como filho de Deus-Pai, na Igreja. Por isto, quero ir à missa hoje e recomeçar uma vida em ti, Senhor! [Pausa]
     Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

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Lectio divina: Tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme sua vontade, ele nos atenderá!


     Para bem fazermos a nossa lectio divina matutina, devemos antes ler o artigo "Ano novo, vida nova!", o qual explica este maravilhoso método de oração com a Palavra de Deus.
      
     1º degrau: Leitura.
     Abra a sua Bíblia na Primeira Carta de São João, capítulo 5, versículo 14. Nossa lectio divina irá até o versículo 21.
     Vamos ler a leitura do dia de hoje: Primeira Carta de São João, capítulo 5, versículos 14 a 21:

     “14.A confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme sua vontade, ele nos atenderá. 15.E se sabemos que ele nos atende em tudo quanto lhe pedirmos, sabemos daí que já recebemos o que pedimos. 16.Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este. 17.Toda iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte. 18.Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca. 19.Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno. 20.Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21.Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!”

     Agora leia novamente este texto bíblico por mais 4 vezes, procurando perceber o que a palavra diz.
     Esta palavra fala da nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor e Deus!
     Ela nos diz que “em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme sua vontade, ele nos atenderá.”
     Por isto, pela fé, podemos pedir pelos nossos familiares, pelos nossos amigos, pelas pessoas que amamos.

     2º degrau: Meditação.
     O que o texto diz para mim ?
     O Senhor nos convida hoje a tomarmos uma postura de intercessores, de pedirmos por alguém que tanto necessita ter uma experiência com o amor de Deus, com Jesus Cristo.
     Essa pessoa pode ser uma esposa ou esposo, namorada ou namorado, pai ou mãe, filho ou filha, algum parente ou amigo.
     Com a graça de Deus, podemos pedir que o Senhor salve essa pessoa, que a liberte dos vícios, que a cure de doenças físicas ou espirituais.

     3º degrau: Oração.
     Qual a minha resposta a Deus mediante esta palavra ?
     Senhor, nós oramos:
     Jesus Cristo, teu nome tem poder! Basta que eu proclame o teu nome, que o inferno se abala, treme!
     Por isto, Senhor Jesus Cristo, eu proclamo o teu nome sobre aquela pessoa que tanto necessita de você! Sobre aquela pessoa que precisa tanto ter um encontro pessoal contigo, Jesus! Eu proclamo, com todo poder do teu Espírito Santo, teu nome sobre o(a) [diga o nome da pessoa]. Pela fé em ti, Senhor, eu declaro a libertação, a cura e a salvação do(a) [diga o nome da pessoa].
     Eu já te louvo antecipadamente, porque creio firmemente que tua obra de salvação já ocorreu, Senhor!

     4º degrau: Contemplação.
     Contemplando o Coração aberto de Jesus Cristo, lugar da nossa Paz, oremos:
     Jesus Cristo, eu te louvo por tão grande amor! Sim, Senhor, posso contemplar o teu amor e a tua misericórdia sendo derramados sobre mim e sobre aqueles que eu amo! [Pausa]
     Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém!
     Shalom!
     Álvaro Amorim.
     Consagrado na Comunidade Católica Shalom.

 
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