Cheguei a esta conclusão após ver rapazes, meninos totalmente dependentes, sem autonomia, carentes, fracos de personalidade, incapazes de tomar decisões, de assumir responsabilidades, como, por exemplo, de abraçar a vocação ao matrimônio, de acolher e educar filhos, enfim, de serem aquilo para o qual Deus os criou: homens.
É bastante clássica aquela incompleta formação familiar: mãe, avó, duas tias e um menino. Pobre menino sem pai! A família está cheia de gente, mas incompleta, pois falta alguém essencial.
É óbvio que, em caso de morte do pai, não se pode exigir nada.
Todavia, refiro-me à tão comum situação de ausência voluntária do pai.
São realidades em que o homem separa-se da família, por exemplo. Sim, nunca um homem consegue separar-se somente da mulher. Quando a deixa, deixa também os filhos e os outros familiares. Mesmo tentando ser presente, indo buscar no colégio, saindo para almoçar, convivendo no fim-de-semana, não é a mesma coisa. É bem diferente de dormir sob o mesmo teto, de acordar juntos, de estar sempre por perto.
Rompem-se vínculos nunca restauráveis enquanto perdurar a separação. É inevitável.
Há também os casos de "presença ausente". São as situações em que o pai mora com a família, está ali todo dia, mas não participa, não interfere no processo formativo-educativo familiar. Prefere ocupar-se de atividades que não requerem tanto esforço, paciência, que necessitam de um desinstalar-se de si mesmo, de sair do seu comodismo, da sua preguiça.
Falo do pai que deixa tudo a cargo da mãe, das tias, dos outros. Não conversa com os filhos, não "se mete" em nada. Faz as compras, paga as contas, e só!
Não sabe o que os filhos fazem ou deixam de fazer, não para diante deles. Aliás, nem olha direito para eles e para a mulher.
Na maioria dos casos, passa a vida no "templo" do bar, cultuando o deus "alcoolismo", vivendo na "comunidade dos ociosos, dos irresponsáveis", daqueles que só sabem fugir. Diante de qualquer problema ou contrariedade, foge, foge, foge das responsabilidades.
É fraco, nada decide, passa o tempo sendo levado pelos instintos, "joguete das ondas" (cf. Ef 4, 14).
O que isto gera nos filhos ?
Não sou psicólogo (na minha família, quem é psicóloga é minha irmã Isabelle), mas nessas "andanças", antes de conhecer Jesus, vi muita menina que se jogou no sexo desenfreado, bem nova mesmo, para suprir a carência do pai. Procurou em outros homens a figura paterna. Algumas até me confidenciavam isto: "Fui pra farra depois que meu pai se separou da gente!"
No menino, a ausência paterna gera, desculpe a forte expressão: um inútil!
Sim, quantos meninos viram rapazes, homens incapazes de assumir grandes responsabilidades!
Então esse rapaz casa, e a mulher fica "louca", queixando-se para todo mundo: "Ah, meu Deus, se não for eu dentro daquela casa! O fulano não faz nada, tudo sou eu que tenho que tomar a iniciativa, que tenho que resolver as coisas, que tenho que empurrá-lo sempre. Até para chamar um garçom num restaurante, sou eu. Quando a gente vai fechar um negócio, se eu não perguntar nada para o vendedor, se eu não pechinchar (pedir desconto), a gente compra caro, mas ele não tem coragem de abrir a boca! Que homem passivo!"
É verdade! É a triste verdade!
A ausência do pai e a super-presença da mãe geraram esse pobre inútil. Ele foi acostumado a ver a mãe, que é mulher, resolvendo tudo, tomando a iniciativa, e onde estava o homem (pai) para resolver ? Não estava!
Não tem jeito ? Claro que tem jeito, sim!
Primeiramente, esse homem deve buscar o auto-conhecimento, e admitir quem ele é. Não adianta disfarçar, como, por exemplo, um homem que eu conheço que diz não ter participado do processo formativo-educativo dos filhos porque viajava muito a trabalho. Sim, mas quando retornava, mesmo que fosse só por um dia na semana, ficava com os filhos, educava-os, amava-os ? Não, ia para o bar! Passava o tempo livre embriagado. Será que foi ausente da vida familiar pelas viagens mesmo ?
A questão não é a quantidade, é a qualidade.
Tenho uma prima que casou com um oficial da Marinha que passava meses no mar. Quando ele voltava para casa, era todo das duas filhas e da mulher. Hoje as filhas desse casal são pessoas muito equilibradas, casadas, com filhos, profissionais, responsáveis, não foram sexualmente promíscuas, não têm vícios. Por quê ? O pai foi efetivamente presente, mesmo tendo o desafio das viagens a serviço. Viveu com qualidade os períodos em que estava com a família.
Em segundo lugar: o que fazer quando se percebe assim ? Basta se perceber e pronto ?
Eu pergunto: alguém consegue mudar-se sozinho ? Quantos bons propósitos eu e você fizemos na vida que não deram em nada ? Sabe por quê ? Para algo tão grande, tão forte, tão enraizado como essa "cultura da inutilidade", só algo maior, mais forte para vencê-la.
E quem é maior que o homem ? Deus, só Deus!
Portanto, contando com a graça de Deus, que sempre está disponível, pois Deus é sempre amor (cf. I Jo 4, 8), esse homem pode deixar transformar-se, passando a ser um homem de verdade, aquilo para o qual Deus o criou, deixando de ser ausente da vida dos seus, passando a ser um homem de Deus: "Se alguém não cuida dos seus, e sobretudo dos da própria casa, renegou a fé e é pior do que um incrédulo (I Tm 5, 8).
E no que a mulher pode ajudar nesse processo ?
Minha irmã, deixe que ele faça, que ele tome a iniciativa, que ele aja como homem, mesmo que, no início, seja um fiasco, um "desastre"!
Certa vez, uma mulher, chorando, me disse que seu marido não trocava nem o botijão de gás da cozinha. Era ela quem fazia.
Eu disse para ela: "Minha irmã, da próxima vez que o gás acabar, você não vai trocá-lo", ao que ela retrucou: "Mas, Álvaro, nós vamos ficar sem almoço!"
Eu, então, lhe disse: "Não tem problema! Você aproveita e perde aqueles 2 quilinhos que você quer perder!" (Toda mulher acha que precisa perder esses 2 benditos quilinhos, meu Deus!).
Ela sorriu e foi para casa.
Algum tempo depois, quando eu estava dando uma formação, vi aquela mulher lá atrás, sentada.
No final, ela me procurou e disse: "Álvaro, o fulano, está mudando! Eu não só deixei de trocar o gás, mas de colocar combustível no carro, de escolher a roupa que ele veste, de chamar o garçom no restaurante... No início, ele estranhou, perguntou se eu não ia fazer isso ou aquilo, eu disse que não, e ele começou a tomar a iniciativa. Hoje já faz um bocado de coisa sem esperar por mim! Parece que um peso saiu das minhas costas!"
Viu, minha irmã, que o seu excessivo voluntarismo faz mal não somente ao seu marido, porque o impede de viver o plano de Deus para ele, mas porque também é um peso que você não é chamada a carregar ? Não é sua missão! Não que você vá ser uma pessoa passiva, não! Você é chamada a participar de tudo, não a assumir tudo sozinha! É bem diferente!
Por fim, tenho visto casais sendo transformados, e Deus ordenando, colocando cada coisa em seu devido lugar, cada um na sua bela e insubstituível missão, complementando-se, sendo verdadeiramente cônjuges ("con" + "jugo"): dividindo o mesmo jugo, que se torna, assim, com a graça de Deus, suave para ambos!
Sabe como isto tem acontecido ? Nas maravilhosas experiências dos encontros com Jesus Cristo pela efusão do Espírito Santo, os chamados Seminários de Vida no Espírito Santo para Casais.
Se você sente no coração que é hora de ter a sua vida e a de seu cônjuge transformada pelo Amor de Deus, procure, na sua cidade, uma comunidade da Renovação Carismática Católica e faça esse encontro transformador para as famílias.
O Amor de Deus esteja com você!
Álvaro Amorim.
O que isto gera nos filhos ?
Não sou psicólogo (na minha família, quem é psicóloga é minha irmã Isabelle), mas nessas "andanças", antes de conhecer Jesus, vi muita menina que se jogou no sexo desenfreado, bem nova mesmo, para suprir a carência do pai. Procurou em outros homens a figura paterna. Algumas até me confidenciavam isto: "Fui pra farra depois que meu pai se separou da gente!"
No menino, a ausência paterna gera, desculpe a forte expressão: um inútil!
Sim, quantos meninos viram rapazes, homens incapazes de assumir grandes responsabilidades!
Então esse rapaz casa, e a mulher fica "louca", queixando-se para todo mundo: "Ah, meu Deus, se não for eu dentro daquela casa! O fulano não faz nada, tudo sou eu que tenho que tomar a iniciativa, que tenho que resolver as coisas, que tenho que empurrá-lo sempre. Até para chamar um garçom num restaurante, sou eu. Quando a gente vai fechar um negócio, se eu não perguntar nada para o vendedor, se eu não pechinchar (pedir desconto), a gente compra caro, mas ele não tem coragem de abrir a boca! Que homem passivo!"
É verdade! É a triste verdade!
A ausência do pai e a super-presença da mãe geraram esse pobre inútil. Ele foi acostumado a ver a mãe, que é mulher, resolvendo tudo, tomando a iniciativa, e onde estava o homem (pai) para resolver ? Não estava!
Não tem jeito ? Claro que tem jeito, sim!
Primeiramente, esse homem deve buscar o auto-conhecimento, e admitir quem ele é. Não adianta disfarçar, como, por exemplo, um homem que eu conheço que diz não ter participado do processo formativo-educativo dos filhos porque viajava muito a trabalho. Sim, mas quando retornava, mesmo que fosse só por um dia na semana, ficava com os filhos, educava-os, amava-os ? Não, ia para o bar! Passava o tempo livre embriagado. Será que foi ausente da vida familiar pelas viagens mesmo ?
A questão não é a quantidade, é a qualidade.
Tenho uma prima que casou com um oficial da Marinha que passava meses no mar. Quando ele voltava para casa, era todo das duas filhas e da mulher. Hoje as filhas desse casal são pessoas muito equilibradas, casadas, com filhos, profissionais, responsáveis, não foram sexualmente promíscuas, não têm vícios. Por quê ? O pai foi efetivamente presente, mesmo tendo o desafio das viagens a serviço. Viveu com qualidade os períodos em que estava com a família.
Em segundo lugar: o que fazer quando se percebe assim ? Basta se perceber e pronto ?
Eu pergunto: alguém consegue mudar-se sozinho ? Quantos bons propósitos eu e você fizemos na vida que não deram em nada ? Sabe por quê ? Para algo tão grande, tão forte, tão enraizado como essa "cultura da inutilidade", só algo maior, mais forte para vencê-la.
E quem é maior que o homem ? Deus, só Deus!
Portanto, contando com a graça de Deus, que sempre está disponível, pois Deus é sempre amor (cf. I Jo 4, 8), esse homem pode deixar transformar-se, passando a ser um homem de verdade, aquilo para o qual Deus o criou, deixando de ser ausente da vida dos seus, passando a ser um homem de Deus: "Se alguém não cuida dos seus, e sobretudo dos da própria casa, renegou a fé e é pior do que um incrédulo (I Tm 5, 8).
E no que a mulher pode ajudar nesse processo ?
Minha irmã, deixe que ele faça, que ele tome a iniciativa, que ele aja como homem, mesmo que, no início, seja um fiasco, um "desastre"!
Certa vez, uma mulher, chorando, me disse que seu marido não trocava nem o botijão de gás da cozinha. Era ela quem fazia.
Eu disse para ela: "Minha irmã, da próxima vez que o gás acabar, você não vai trocá-lo", ao que ela retrucou: "Mas, Álvaro, nós vamos ficar sem almoço!"
Eu, então, lhe disse: "Não tem problema! Você aproveita e perde aqueles 2 quilinhos que você quer perder!" (Toda mulher acha que precisa perder esses 2 benditos quilinhos, meu Deus!).
Ela sorriu e foi para casa.
Algum tempo depois, quando eu estava dando uma formação, vi aquela mulher lá atrás, sentada.
No final, ela me procurou e disse: "Álvaro, o fulano, está mudando! Eu não só deixei de trocar o gás, mas de colocar combustível no carro, de escolher a roupa que ele veste, de chamar o garçom no restaurante... No início, ele estranhou, perguntou se eu não ia fazer isso ou aquilo, eu disse que não, e ele começou a tomar a iniciativa. Hoje já faz um bocado de coisa sem esperar por mim! Parece que um peso saiu das minhas costas!"
Viu, minha irmã, que o seu excessivo voluntarismo faz mal não somente ao seu marido, porque o impede de viver o plano de Deus para ele, mas porque também é um peso que você não é chamada a carregar ? Não é sua missão! Não que você vá ser uma pessoa passiva, não! Você é chamada a participar de tudo, não a assumir tudo sozinha! É bem diferente!
Por fim, tenho visto casais sendo transformados, e Deus ordenando, colocando cada coisa em seu devido lugar, cada um na sua bela e insubstituível missão, complementando-se, sendo verdadeiramente cônjuges ("con" + "jugo"): dividindo o mesmo jugo, que se torna, assim, com a graça de Deus, suave para ambos!
Sabe como isto tem acontecido ? Nas maravilhosas experiências dos encontros com Jesus Cristo pela efusão do Espírito Santo, os chamados Seminários de Vida no Espírito Santo para Casais.
Se você sente no coração que é hora de ter a sua vida e a de seu cônjuge transformada pelo Amor de Deus, procure, na sua cidade, uma comunidade da Renovação Carismática Católica e faça esse encontro transformador para as famílias.
O Amor de Deus esteja com você!
Álvaro Amorim.
Imagem: http://www.sxc.hu/photo/915224.
Nas citações desta obra ou de parte dela, inclua obrigatoriamente:
Autor: Álvaro Amorim, em http://anunciodaverdade.blogspot.com
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2 Comentários:
Lembro bem dessas palavras meu amigo!
Quando você fala até me encho mais de coragem...
Pois é, Letícia!
Espero que o Espírito Santo sempre conduza você a fazer as melhores escolhas. Deus está com você, sempre!
Deus a abençoe!
Álvaro Amorim.
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